O GOLPE DA ELITE
Com os três poderes da nação expostos diariamente nos noticiários, já é possível traçar um parâmetro entre a corrupção do Partido dos Trabalhadores, com a da coalizão que agora governa o Brasil. Os petistas usaram a corrupção unicamente para enriquecer. Já com Michel Temer a frente, a coalizão usa a corrupção para vender o poder as elites.
Tenho visto muitos analistas políticos perguntando o motivo do povo não estar nas ruas exigindo a saída de Temer. A resposta me parece ser simples. Quando a elite enxergou a primeira oportunidade de tirar o Partido dos Trabalhadores do poder não titubeou. Só que seria necessário dar uma espécie de legitimidade ao impeachment.
Que legitimidade seria mais perfeita do que a do povo protestando nas ruas? A cobertura da mídia ao vivo. A elite literalmente usou o povo para promover o seu golpe. Não se pode nem comparar as pedaladas de Dilma, e a conversa de Temer com um criminoso noite afora. Para a elite, povo na rua agora não seria legítimo. Não é o momento de usá-lo. A elite prefere acreditar na “honestidade” de Temer
No jornal A Folha de São Paulo de sábado, André Singer escreveu um artigo esclarecedor que corrobora com a ideia do golpe da elite. Ele critica o STF pelo desiquilíbrio. Por usar dois pesos e duas medidas entre os acontecimentos dos governos petistas e o de Temer. A balança da justiça pende desavergonhadamente para o último. Mostrando novamente a força e o poder das elites. Aécio livre apoia Temer, e a elite...
Em que outro lugar do mundo, um governo com 7% de popularidade se sustentaria no poder? Nem no Brasil. Novamente é fácil explicar. Michel Temer não é o presidente do Brasil. Ele está presidente. Quem governa o país é uma elite, que prefere viver nas sombras. Talvez, em porões bem decorados com ar condicionado.
Michel Temer foi o escolhido para realizar as reformas que favorece um único beneficiário. Enquanto Temer seguir tudo o que está escrito na cartilha, com certeza a elite o manterá no poder. Quanto à imoralidade, a História nos conta que ela sempre esteve tatuada na elite. É deste estágio que desce para níveis menores.
Se o povo foi útil durante o impeachment de Dilma, isto já é passado. Agora o povo voltou a situação de descartável. E Temer um intocável. Então não me espanto com seus discursos levantado a voz contra a justiça. Ele só cairá se for inocente o bastante para rasgar qualquer página da cartilha. Se tiver a coragem de dizer um único não a elite.
Um personagem que participou do programa Painel do canal Globonews desta semana, também colaborou com a teoria do golpe da elite. Foi o ex-presidente do STF Carlos Velloso. Ao defender Michel Temer política, econômica e judicialmente, Velloso não parecia estar num programa de debate. Ele participou do programa como se estivesse num comício pró-Temer. A elite certamente vibrou e aplaudiu o seu representante.