Três contra um
“Planalto comemora decisões sobre Rocha Loures e Aécio” é a desalentadora notícia do jornal.
Um Planalto que se coloca contra uma nação inteira. Um Planalto constituído por homens enlameados num lodaçal de atitudes espúrias – nem saberíamos dizer se há exceções – a quem a nação concedeu o poder de interferir ou modelar os destinos do país.
Um Planalto que nada mais é que uma grande Casa de Negócios cuja existência justifica-se pela própria existência de uma população que não tem a menor ingerência nas negociatas ou decisões que ali se tomam. Embora possa fomenta-las com a contribuição de impostos escorchantes que nunca retornam em serviços públicos de qualidade.
Uma população indefesa. Que nunca pode contar com um Executivo e um Legislativo sempre muito ajustados em ações, ou crimes, que chegam a ofender a dignidade do país. E que não pode contar com a atuação de um Judiciário isento cujas decisões acabam favorecendo os integrantes do Executivo e do Legislativo que, em última análise, constituem o Planalto.
São três contra um.
Isso, sim, é um golpe. Não no sentido muitas vezes oportunista de forças que almejam chegar ou retornar ao poder. Chegar ao mesmo Planalto. Mas no sentido da facada nas costas de cada um dos brasileiros que alentavam a esperança de contar com a Justiça para ver o país começar a dar certo. O que estamos tentando há 500 anos.
Rio, 01/07/2017