E agora José? E agora Lula, Aécio e Michel?
E agora José! E agora Michel, Aécio, Lula?
Será mesmo que a festa acabou?
Será que a luz apagou?
Será que o povo vai sumir nessas noites frias?
Essas pessoas com nomes importantes, que zombavam dos outros em versos e prosas; que nunca amaram de verdade a quem sempre os alimentou, agora protestam...
Com grilheta homem vira mulher sem carinho! Não pode falar, nem beber uísque ou fumar cubano, nem cuspir pode!
Noite ou dia, tudo é uma fria!
O bonde é esquisito e o riso que se vê, faz chorar.
Até a quimera é malucamente real!
Estão falando que tudo acabou e que vocês irão fugir!
Estão mostrando que tudo mofou...
E agora, pessoal?
Onde estão suas doces palavras, seus momentos de febre?
Cadê a fome de mudança e o jejum de peraltice?
Onde foi parar tanta sapiência, e os ternos de vidro?
Será que tudo foi lavado nas lavras de ouro?
Será que tudo virou absurdo?
O povo tem a chave, mas a porta sumiu, e sua casa caiu?
O mar que secou, tá cheio de lama; e a lama que arde, chegou em Minas!
E agora, José?
Ao invés de gemer, grite José!
Ao invés de sambar, alinhe-se José!
Ao invés de dormir, acorde pra vida, José!
Se ao menos você morresse, mas você não morre...
Fica aí entre nós feito zumbi, arrastando correntes...
Fincando dormentes, para um trem fantasma!
Olha José!
O povo tá no escuro, acuado!
O povo tá se sentindo magoado!
Cheio de agonia, sem roupa para cobrir a nudez; sem nem saber o que é sensatez!
Até o gato preto morreu de azar, enquanto você, José, não para de marchar!
E por falar em marchar, pra onde você marcha, José?
Marcha em direção a verdade, ou de encontro ao precipício?
Será que você fica; ou tudo termina em pizza?