2018 SEM RUMO

No domingo, a mídia divulgou nova pesquisa eleitoral para presidente nas eleições de 2018. No site do UOL, foi possível ver gráficos com os vários cenários. Os possíveis, os imagináveis e os improváveis. Ainda faltando ano e meio, uma conclusão já é certeza. Chegaremos à campanha presidencial de 2018 totalmente sem rumo.

Muitos se espantam e não entendem o ex-presidente Lula, aparecer sempre liderando as pesquisas. Existem algumas explicações. E são bem simples.

Não é de hoje que a esquerda brasileira detém um terço dos eleitores. Desde que Lula enfrentou Collor de Mello, essa proporção já era nítida e tem se mantido assim. Não sendo Lula, quem ele escolher terá esse um terço dos votos garantidos.

A segunda explicação é ainda mais óbvia. Para a esquerda brasileira, Lula é mais do que um candidato. Ele alcançou o status de ícone. Se Lula passar pelas duas possibilidades que se apresentam, uma delas com chances quase zero de acontecer, mesmo preso e candidato ele terá seus votos. A esquerda lhe é fiel. Preso será objeto de devoção.

É justamente essa fidelidade que seus principais opositores não são capazes de aglutinar. A direita brasileira, ou o centro para satisfazer alguns, estão longe de possuir um projeto que se assemelhe a ícone. Os que se achavam representando esse papel sem nunca ser, a Operação Lava Jato vem derrubando um a um.

Se os eleitores que abominam essa esquerda e seu ícone não se apressarem aglutinando-se em torno de alguém acusado ou não, correrão o risco de passar mais alguns anos governados por um governo petista. E não esperem que a salvação venha de Curitiba ou do STF. Se quiserem vencer Lula, a batalha será pelas urnas.

Quando comenta as pesquisas, dificilmente a mídia faz alusão à esquerda ou à direita. Estranhamente a revista Veja referiu-se a Jair Bolsonaro, que aparece em segundo nas pesquisas empatado com Marina Silva, como um deputado de “extrema direita”.

Sem que a direita brasileira consiga enxergar qualquer espécie de líder, para transformá-lo em ícone mesmo de forma frágil, tenho temor por duas coisas que estão se pintando no futuro cenário político do Brasil.

Temo pela volta de Lula com muito mais poderes. Temo por um plágio de Donald Trump, com o figurante Jair Bolsonaro. Esse meu segundo temor, tem muito a ver com a sociedade brasileira. Que sem nenhuma vergonha destila, e também camufla um conservadorismo extremo. Imitando o deputado citado por Veja.

Espero não nos sobrar apenas a alternativa de escolher entre um ícone podre, e dois projetos de ícones ocos. O outro deles, conhecida por Marina Silva.