A LISTA DO FACHIN
Filipe, rei da Macedônia, pai do famoso Alexandre, o Grande, ao receber a informação de que a cidade de Tebas, na Grécia, tinha uma muralha instransponível e uma guarnição que poderia fazer frente ao seu exercito, disse simplesmente: “Não há guarnição invencível nem muralha instransponível, se através dela se puder passar um burro carregado com ouro.”
Esse pressuposto do rei macedônio cada vez se faz mais verdadeiro, pelo menos aqui no nosso país sem muralhas morais e sem guarnições éticas para defendê-lo. A prova disso é a nova lista de políticos, empresários e servidores públicos que o Ministro Fachin liberou para serem investigados, suspeitos que são de participarem do verdadeiro festival de rapinagem que levou o Brasil ao fundo desse poço fétido onde estamos hoje.
O burro dourado que abriu as brechas na muralha de defesa do Brasil foi a Constituição cidadã de 1986. Pois foi ela que criou essa excrescência chamada foro privilegiado, que serve de manto protetor para político corrupto que consegue um mandato. Protegido por esse dispositivo ele se aventura a fazer qualquer trambique, pois sabe que se um dia for pego, dificilmente será julgado em vida. E se for, sempre haverá o jogo político que pode ser manipulado a seu favor.
O burro cheio de ouro que corrompeu o país, no caso, foi a Petrobrás, mas sabe-se lá quantos outros já não atravessaram nossas muralhas para encher os bolsos dos traidores da nossa pátria? Há quanto tempo não se fala de superfaturamento em obras públicas, em vendas de sentenças nos tribunais e nas câmaras de julgamento de tributos, em vendas de medidas provisórias, instruções normativas e outras facilidades, todas em prejuízo do erário público e em benefício de empresas, funcionários públicos, empresários e principalmente políticos? Para não falar dos financiamentos fraudulentos concedidos a determinadas empresas e os impérios econômicos, como o de Eike Batista, construídos com o dinheiro público generosamente distribuído pelos nossos governantes.
Só mesmo uma pessoa muito ingênua não desconfia do fato de um vereador gastar para se eleger, o triplo do que ele vai ganhar de salário, em seus quatro anos de mandato. E se fizermos o mesmo raciocínio para o cargo de deputado, senador, governador, etc. então a coisa fica mais complicada ainda.
Como dizia Cícero, filósofo e senador romano dos tempos de Júlio César, um pouco de corrupção republicana é preferível á uma ditadura sem liberdade nenhuma. Ele falou isso pelo medo de que Julio César instalasse uma ditadura em Roma, como afinal acabou acontecendo.
Cícero tinha razão. Mas depois do que a Lava a Jato vem levantando, a gente começa a pensar se não há um contraponto nesse pressuposto. Pois nenhum dos generais que governaram o país durante a ditadura foi acusado de locupletar-se á custa do erário público. Alguns dos políticos e empresários que eles escolheram para ajudá-los a governar sim, mas ninguém foi tão descarado como os que governam o país hoje. Desde Sarney, o primeiro presidente a assumir após a redemocratização do país, até Temer, o atual, nenhum deles, até agora, escapou da pecha de corrupto. Até o impoluto Fernando Henrique Cardoso (na aparência, pelo menos) entrou na lista do Fachin.
A conclusão é que a nossa Constituição cidadã trouxe de volta a gostosa liberdade que tanto valorizamos, mas também instalou a promiscua libertinagem que está destruindo o nosso país. Ainda temos tempo para corrigir isso. Mas se não o fizermos logo, não faltará quem queira assumir o papel de César para se arvorar em salvador da pátria. E depois salve-se quem puder.
Filipe, rei da Macedônia, pai do famoso Alexandre, o Grande, ao receber a informação de que a cidade de Tebas, na Grécia, tinha uma muralha instransponível e uma guarnição que poderia fazer frente ao seu exercito, disse simplesmente: “Não há guarnição invencível nem muralha instransponível, se através dela se puder passar um burro carregado com ouro.”
Esse pressuposto do rei macedônio cada vez se faz mais verdadeiro, pelo menos aqui no nosso país sem muralhas morais e sem guarnições éticas para defendê-lo. A prova disso é a nova lista de políticos, empresários e servidores públicos que o Ministro Fachin liberou para serem investigados, suspeitos que são de participarem do verdadeiro festival de rapinagem que levou o Brasil ao fundo desse poço fétido onde estamos hoje.
O burro dourado que abriu as brechas na muralha de defesa do Brasil foi a Constituição cidadã de 1986. Pois foi ela que criou essa excrescência chamada foro privilegiado, que serve de manto protetor para político corrupto que consegue um mandato. Protegido por esse dispositivo ele se aventura a fazer qualquer trambique, pois sabe que se um dia for pego, dificilmente será julgado em vida. E se for, sempre haverá o jogo político que pode ser manipulado a seu favor.
O burro cheio de ouro que corrompeu o país, no caso, foi a Petrobrás, mas sabe-se lá quantos outros já não atravessaram nossas muralhas para encher os bolsos dos traidores da nossa pátria? Há quanto tempo não se fala de superfaturamento em obras públicas, em vendas de sentenças nos tribunais e nas câmaras de julgamento de tributos, em vendas de medidas provisórias, instruções normativas e outras facilidades, todas em prejuízo do erário público e em benefício de empresas, funcionários públicos, empresários e principalmente políticos? Para não falar dos financiamentos fraudulentos concedidos a determinadas empresas e os impérios econômicos, como o de Eike Batista, construídos com o dinheiro público generosamente distribuído pelos nossos governantes.
Só mesmo uma pessoa muito ingênua não desconfia do fato de um vereador gastar para se eleger, o triplo do que ele vai ganhar de salário, em seus quatro anos de mandato. E se fizermos o mesmo raciocínio para o cargo de deputado, senador, governador, etc. então a coisa fica mais complicada ainda.
Como dizia Cícero, filósofo e senador romano dos tempos de Júlio César, um pouco de corrupção republicana é preferível á uma ditadura sem liberdade nenhuma. Ele falou isso pelo medo de que Julio César instalasse uma ditadura em Roma, como afinal acabou acontecendo.
Cícero tinha razão. Mas depois do que a Lava a Jato vem levantando, a gente começa a pensar se não há um contraponto nesse pressuposto. Pois nenhum dos generais que governaram o país durante a ditadura foi acusado de locupletar-se á custa do erário público. Alguns dos políticos e empresários que eles escolheram para ajudá-los a governar sim, mas ninguém foi tão descarado como os que governam o país hoje. Desde Sarney, o primeiro presidente a assumir após a redemocratização do país, até Temer, o atual, nenhum deles, até agora, escapou da pecha de corrupto. Até o impoluto Fernando Henrique Cardoso (na aparência, pelo menos) entrou na lista do Fachin.
A conclusão é que a nossa Constituição cidadã trouxe de volta a gostosa liberdade que tanto valorizamos, mas também instalou a promiscua libertinagem que está destruindo o nosso país. Ainda temos tempo para corrigir isso. Mas se não o fizermos logo, não faltará quem queira assumir o papel de César para se arvorar em salvador da pátria. E depois salve-se quem puder.