O PAÍS DOS TRAMBIQUES
Diz uma velha piada que um grupo de embaixadores de diversos países foi reclamar com Deus pelo fato de Ele ter beneficiado o Brasil com uma natureza pródiga. "No Brasil não há vulcões, nem falhas tectônicas para provocar terremotos, nem tsunamis, maremotos, furacões e outros cataclismos naturais que produzem tantas tragédias em outros países. Por que contemplou o Brasil com tantas riquezas e tão poucos cataclismos naturais” perguntaram os embaixadores. “Para compensar a porcaria do povinho que eu botei lá “, respondeu o Senhor.
A gente fica pensando: o Brasil é, natural e históricamente, um país privilegiado. As nossas catástrofes naturais são café pequeno perto das que acontecem em outros países, que sofrem com terremotos, tsunamis, furacões, erupções vulcânicas e outras tragédias, sem falar nas piores, que são provocadas pelas próprias pessoas, com seus conflitos ideológicos, suas guerras, seus ódios e ambições, que ceifam milhões de vidas anualmente.
Até os conflitos que a nossa História registra não passam de meras escaramuças perante as grandes comoções enfrentadas por outros povos. Nunca houve aqui uma verdadeira guerra civil como a que aconteceu entre os estados americanos, nem o nosso território foi palco de guerras tão sangrentas como as que a Europa e os países do Oriente enfrentaram no decorrer das suas histórias.
Somos, portanto, um povo muito feliz nesse sentido, pois nunca passamos por períodos de extrema dificuldade, como os que passaram a Alemanha, a Itália, e o Japão, depois da segunda grande guerra. Ou os Estados Unidos para reconstruir a nação depois da guerra entre os estados.
O Brasil nunca foi destruído por uma verdadeira guerra, nem por catástrofes naturais como a que ocorreu no Haiti, por exemplo. No entanto, como é difícil construir aqui um Estado com instituições firmes e seguras que proporcionem o desenvolvomento de um portentoso sentimento de nacionalidade e uma economia institucionalmente forte que possa dar ao nosso povo uma garantia de futuro apesar de todas as incertezas que a própria História sempre hospeda.
Infelizmente, paradigmas culturais, como a ética, o direito, a honestidade, o civismo, a moralidade, não são arquétipos “universais” como pensava Platão. Quer dizer, não são “entidades” inspiradas pelos deuses, mas sim, padrões de valores desenvolvidos pelo pensamento humano. E eles variam de pessoa para pessoa de povo para povo. No Brasil nunca passaram de meras palavras pronunciadas nos palanques em época de eleição.
Na Alemanha destruída pela loucura nazista, foi a noção de nacionalidade e compromisso com uma ideia de nação que permitiu a rápida reconstrução daquele país e a conquista do alto patamar de desenvolvimento social e econômico que os alemães ostentam hoje. A mesma coisa se pode dizer dos japoneses e dos chineses. Aqui no Brasil, com uma natureza tão prodiga e tão poucas catátrofes de natureza bélica, é a corrupção, a irresponsabilidade política e a falta de compromisso cívico com uma verdadeira ideia de nação que nos faz patinar entre escândalos, crises econômicas e um subdesenvolvimento que parece insuperável.
Como diz J. M. Simmel em seu romance, ainda estamos vivos. Mas que vida é essa? Até quando o trambique será o principal produto que a inteligência executiva dos brasileiros consegue produzir?
Diz uma velha piada que um grupo de embaixadores de diversos países foi reclamar com Deus pelo fato de Ele ter beneficiado o Brasil com uma natureza pródiga. "No Brasil não há vulcões, nem falhas tectônicas para provocar terremotos, nem tsunamis, maremotos, furacões e outros cataclismos naturais que produzem tantas tragédias em outros países. Por que contemplou o Brasil com tantas riquezas e tão poucos cataclismos naturais” perguntaram os embaixadores. “Para compensar a porcaria do povinho que eu botei lá “, respondeu o Senhor.
A gente fica pensando: o Brasil é, natural e históricamente, um país privilegiado. As nossas catástrofes naturais são café pequeno perto das que acontecem em outros países, que sofrem com terremotos, tsunamis, furacões, erupções vulcânicas e outras tragédias, sem falar nas piores, que são provocadas pelas próprias pessoas, com seus conflitos ideológicos, suas guerras, seus ódios e ambições, que ceifam milhões de vidas anualmente.
Até os conflitos que a nossa História registra não passam de meras escaramuças perante as grandes comoções enfrentadas por outros povos. Nunca houve aqui uma verdadeira guerra civil como a que aconteceu entre os estados americanos, nem o nosso território foi palco de guerras tão sangrentas como as que a Europa e os países do Oriente enfrentaram no decorrer das suas histórias.
Somos, portanto, um povo muito feliz nesse sentido, pois nunca passamos por períodos de extrema dificuldade, como os que passaram a Alemanha, a Itália, e o Japão, depois da segunda grande guerra. Ou os Estados Unidos para reconstruir a nação depois da guerra entre os estados.
O Brasil nunca foi destruído por uma verdadeira guerra, nem por catástrofes naturais como a que ocorreu no Haiti, por exemplo. No entanto, como é difícil construir aqui um Estado com instituições firmes e seguras que proporcionem o desenvolvomento de um portentoso sentimento de nacionalidade e uma economia institucionalmente forte que possa dar ao nosso povo uma garantia de futuro apesar de todas as incertezas que a própria História sempre hospeda.
Infelizmente, paradigmas culturais, como a ética, o direito, a honestidade, o civismo, a moralidade, não são arquétipos “universais” como pensava Platão. Quer dizer, não são “entidades” inspiradas pelos deuses, mas sim, padrões de valores desenvolvidos pelo pensamento humano. E eles variam de pessoa para pessoa de povo para povo. No Brasil nunca passaram de meras palavras pronunciadas nos palanques em época de eleição.
Na Alemanha destruída pela loucura nazista, foi a noção de nacionalidade e compromisso com uma ideia de nação que permitiu a rápida reconstrução daquele país e a conquista do alto patamar de desenvolvimento social e econômico que os alemães ostentam hoje. A mesma coisa se pode dizer dos japoneses e dos chineses. Aqui no Brasil, com uma natureza tão prodiga e tão poucas catátrofes de natureza bélica, é a corrupção, a irresponsabilidade política e a falta de compromisso cívico com uma verdadeira ideia de nação que nos faz patinar entre escândalos, crises econômicas e um subdesenvolvimento que parece insuperável.
Como diz J. M. Simmel em seu romance, ainda estamos vivos. Mas que vida é essa? Até quando o trambique será o principal produto que a inteligência executiva dos brasileiros consegue produzir?