O QUE OS POLÍTICOS PRECISAM SABER, NO QUE PRECISAM ACREDITAR

O QUE OS POLÍTICOS PRECISAM SABER, NO QUE PRECISAM ACREDITAR.

Chauí, em seu livro Convite à Filosofia, (CHAUI, 2004, pág. 311), diz sobre Sócrates que, “Embaraçava os atenienses porque os forçava a indagar qual a origem e a essência (ou a significação verdadeira e necessária) das virtudes (valores e obrigações) que julgavam praticar ao seguir os costumes de Atenas. Como e porque sabiam que uma conduta era boa ou má, virtuosa ou viciosa?”.

Com isso, Chauí faz-nos refletir sobre questões socráticas, de bom uso a construção da ideia sobre os direitos e deveres, imperativos a continuidade da cidade e da cidadania. No pensamento de Chauí, a intenção de Sócrates foi fazer a sociedade refletir sobre o que estava em seu costume, considerar como “virtuoso e bom”, correspondente a “virtude e ao bem”. Ela diz também, que a intenção de Sócrates é fazer o individuo repensar sobre, se possui consciência do “significado e da finalidade de suas ações, se seu caráter ou sua índole são virtuosos e bens realmente”. Sócrates na sua indagação tem por objetivo alcançar a sociedade e o individuo, levando a reflexão sobre virtudes, valores, direitos e deveres. A Polis elevou o cidadão à condição de sujeito pensante, reflexivo, que procurasse caminhos a construção de regras de conduta moral com promoção ao bem que lhe fizesse feliz.

Quando Chauí (CHAUI, 2004, pág. 313), relata sobre o legado dos filósofos gregos com respeito aos princípios da vida moral, ela afirma que “por natureza, os seres humanos aspiram ao bem e a felicidade”, e isso só será possível através da virtude em sua conduta. Ela ainda diz que “a virtude é uma excelência alcançada pelo caráter, tanto assim que a palavra grega a designa por aretê, que quer dizer excelência”. Chauí demonstra com isso que o caráter tem na consciência a força interior a promoção do bem que se faz pela vontade que guia o sujeito moral racional. Finalmente, Chauí faz referência ao agente que “sabe o que está e o que não está em seu poder realizar”, como resultado da conduta ética, de indicação ao caminho da sensatez a escolha certa na tomada de decisões que lhe levará a uma conduta em determinadas circunstancia da vida. Isso era possível aos filósofos gregos por acreditarem que a vida era conduzida por uma ética que causava um embate continuo e progressivo entre “nossos apetites e desejos – as paixões – e nossa razão.”. Entendemos com isso que os gregos antigos acreditavam que a ética é educadora ao caráter do sujeito que se forma moral.

Os Políticos também deveriam acreditar assim, com isso, possivelmente teríamos um Brasil melhor.

Ricardo Davis Duarte.