APOSENTADORIA DEPOIS DOS 65

Há coisas mais ou menos óbvias que farão parte do futuro, que ninguém (ou quase ninguém) está percebendo, caso passe e se consolide em anos vindouros o atual projeto de reforma da previdência: Entre os que chegarem lá pelos 60 ou 61 de idade por exemplo, mesmo que saudáveis - já que muitos, nessas idades, estarão “na capa da gaita”, quase “abraçando o capeta, “com o pé na cova” - certamente terão uma grande dificuldade (como é hoje e como tem sido desde sempre) de se colocarem ou manterem no mercado de trabalho, salvo em funções aquém de suas condições, conhecimentos e experiências acumuladas. Consequentemente com os mais baixos salários. Que empresas preferirão manter um funcionário "idoso", de 61 anos por exemplo, já meio sem forças ou adoentado e com dor nas costas, pagando “X” por determinado trabalho ou função, se pode ter alguém bem mais jovem, forte e saudável desempenhando o mesmo ou melhor (sobretudo nas atividades que demandam força física) pagando apenas a metade ou a terça parte de “X”?

Se porventura eu estiver errado em meu raciocínio de prever esse eventual futuro: “o mercado de trabalho estará completamente acessível e aberto aos idosos e idosas, até que complementem seus 49 anos de contribuição para poderem gozar a aposentadoria “integral”, mesmo que estejam pouco produtivos devido a “dor nos quartos”, gota, hipertensão, diabetes mellitus, rinite, sinusite, dores articulares, AVC’s, enfisema, bronquite, hipotireoidismo, deficiência renal, refluxo gastroesofágico, hérnia de disco e de hiato, problemas com o nervo “asiático”, intestinos presos ou soltos demais, incontinência urinária, osteoporose, câncer de próstata, mamas, colo uterino e outros tumores, Parkinsom, Alzheimer, surdez, cataratas, glaucomas, depressão...”; ainda assim, essa velharada do futuro estará “ocupando” as vagas da juventude futura, acarretando ou agravando desemprego às gerações vindouras. A não ser que o futuro venha a brindar nossos futuros velhos e jovens brasileiros com um mercado de trabalho suficiente para todos, com numerosas, boas e estáveis vagas. Algo nunca até agora visto em toda a história da humanidade, em qualquer tempo ou lugar.

Embora muitos acreditem, não existem anjos, duendes, fadas, coelhinho da páscoa nem papai Noel. Nem santos no Planalto.