Ideias preconcebidas
“Nas eleições de 1948 na Itália, o Vaticano anunciou que qualquer pessoa que votasse nos comunistas não teria direito aos sacramentos religiosos” (batismo, casamento, etc.) e, além disso, “apoiou os democratas cristãos com o slogan ‘com Cristo ou contra Cristo’”. O que tem certo paralelo com o nosso “Brasil, ame-o ou deixe-o”, bordão promovido pelos militares e muito em voga por aqui em 1970, quando vencemos a Copa do Mundo de Futebol.
Um ano após a eleição italiana, o Papa excomungou todos os comunistas italianos.
Tratam-se de atitudes que funcionam como poderosos elementos de uma propaganda anticomunista que tem quase (ou mais) 70 anos de vida e que, por isso mesmo, ainda reverbera nas cabeças dos que continuam achando que “os comunistas comem criancinhas”.
Não queremos e nem podemos dizer com isso que os comunistas são melhores que ninguém. Até porque, a rigor, ao povão o que interessa, seja sob que regime for, é a garantia de acesso às suas necessidades mais elementares (comida, moradia, remédios para a saúde e emprego para a obtenção disso).
Os que estiverem fora dessa camada popular, muito mais numerosa, com o conforto de suas necessidades básicas atendidas, é que poderão se dedicar ao estudo do que é mais vantajoso num sistema ou no outro (capitalismo e comunismo) ou nas suas variáveis.
Como, por exemplo, a observação de que a Rússia, ainda comunista após o esfacelamento da URSS, possui duas bases militares no mundo todo, enquanto os EUA têm um número expressivo de bases militares num bom número de pontos do planeta. O que nos dá condição de dizer quem é quem, pelo menos teoricamente, sob o ponto de vista de maior poder agressivo.
Rio, 17/01/2017