Olha só que tranqueira o presidente Temer foi nomear para a Secretária da Juventude. Onde será que ele foi buscar esse tal de Bruno Júlio para comandar uma pasta que, supostamente, devia cuidar do mais precioso tesouro que um país tem, que é a sua juventude?
Acho que esse sujeito devia ser líder de torcida organizada, não aquelas que vão aos estádios torcer pelo seu time do coração, mas daquelas facções que ficam nas proximidades dos estádios, armados com barras de ferro, esperando os torcedores do time adversário para quebrar a cabeça deles. Por que não só a sua postura sugere isso, como também a sua cabeça torta, que acha que para apagar o fogo é preciso atear mais fogo.
Tudo bem que ele tenha dito coisas que muita gente talvez concorde. As viúvas do Erasmo Dias, do delegado Fleury e do coronel Ustra ainda estão vivas, e deixaram muitos herdeiros por aí. Bolsonaro que o diga. Mas convenhamos: certas coisas a gente pode até pensar, mas não pode dizer. Principalmente quando se trata de uma figura pública, que por suposto devia estar traçando políticas destinadas a promover o bem estar da juventude brasileira.
O que pode sair da cabeça de um sujeitinho desses? Graças a Deus ele falou besteira e cavou o próprio túmulo. Deus escreve certo por linhas tortas. Se esse Erasminho Dias de gabinete continuasse à frente de uma Secretaria tão emblemática, que é a da Juventude, não sei que tipo de ideias poderia sair de lá. Talvez uma reedição da HJ (Juventude Hitlerista), em moda no Brasil nos primeiros anos da década de 30, e que só foi suprimida pelo governo Vargas depois que o Brasil entrou na guerra.
Temer talvez tenha boas intenções e queira realmente consertar o que está errado no país. Ele está atacando problemas cruciais, que já deveriam ter sido resolvidos há mais de quarenta anos: reforma da legislação trabalhista, eliminando a sua inspiração facista e mafiosa, que beneficia mais os sindicatos do que os trabalhadores; reforma da Previdência Social, criando um sistema auto-sustentável, enxugamento e aparelhamento da máquina pública para que ela sirva realmente ao povo e ao Estado e não só para gerar empregos de altos salários para um monte de privilegiados; reformas no sistema político e no judiciário, eliminando os privilégios de uma casta que se coloca acima de tudo e de todos, e pouco devolvem á sociedade que os sustenta, em termos de serviços. Enfim, coisas que um estado enxuto e necessário precisa.
Da mesma forma, acreditamos que a maioria dos administradores públicos que tomou posse no último dia primeiro deve ter as mesmas e boas intenções. Mas não será colocando nos cargos de governo pessoas cuja única qualidade é tê-los ajudado na eleição que eles vão conseguir isso. Quem quiser fazer um trabalho sério tem que escolher pessoas sérias para ajudá-lo. Temer já devia ter percebido isso. E ao que parece, ele não está muito preocupado com essa questão, pois continua mantendo lá os Padilha e os Moreiras Franco da vida, sem falar dos entulhos que foram postos nos cargos de segundo e terceiro escalão, como esse debilóide que estava na Secretaria da Juventude. Que Deus nos ajude e guarde.
 
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 08/01/2017
Reeditado em 08/01/2017
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