O VAZAMENTO DA LAVA A JATO
A delação premiada dos executivos da Odebrecht só começou, mas já provocou um terremoto nos meios políticos de Brasília e dos estados. Nada menos de quarenta nomes importantes na política nacional foram citados nos primeiros depoimentos e apontados como beneficiários do maior escândalo de corrupção que se tem noticia no país.
Que todo mundo sabia que o país estava sendo saqueado pelos empreiteiros de obras públicas, em conluio com a classe política, todo mundo sempre soube. É rara a obra pública, neste país, por menor e menos importante que seja a prefeitura, que não tenha uma propina embutida no preço. Por isso os administradores públicos adoram construir. E quanto mais vistosa a obra, melhor.
Mas alguma coisa está acontecendo. Todos os dias a televisão mostra algum prefeito, secretário ou funcionário público saindo algemado da sua repartição. Ex-governadores e ex-presidentes já entraram nessa lista e alguns também já estão na cadeia. Temos que louvar aqui a atuação do Ministério Público e da Polícia Federal. E esperamos que tudo isso não acabe simplesmente em uma bela pizza, como sempre aconteceu antes.
É uma pena também que não tenhamos uma Corte Suprema á altura das necessidades que o país tem nestes momentos de crise política, econômica, social e moral. Com as exceções de praxe, a maioria dos magistrados que compõe aquela corte são juristas medíocres e alguns deles sequer passariam em um concurso para magistrado de primeira instância. Estão lá por indicações meramente políticas e com claras segundas intenções dos presidentes que os indicaram. A última decisão que prolataram, com respeito á destituição de Renan Calheiros da Presidência do Senado foi uma vergonha para todo o sistema jurídico do país.
O Ministério Público e a Polícia Federal estão cumprindo o seu papel. Mas temo que todo esse trabalho que estão tendo para limpar a corrupção que a Constituição libertária e libertina do Dr. Ulisses permitiu que se implantasse no país seja solapado pelos mecanismos que essa mesma Carta Magna instituiu. Pois além dos conchavos políticos que se permitem nos bastidores, como o que manteve o “Justiça” (apelido do Renan Calheiros na lista de propinas da Odebrecht), na presidência do Senado, há também essa excrecência jurisdicional chamada foro privilegiado, que os políticos puseram na Constituição somente para proteger a si próprios.
O Mensalão, escândalo que não envolvia nem a metade dos políticos que a Lava a Jato está envolvendo levou quase dez anos para ser julgado no Supremo. Calcule-se agora quanto tempo vai levar para que essa turma que está sendo denunciada agora vá á julgamento, se for.
Por mais que se deplore o vazamento dessas delações premiadas, que afinal pode acabar ferindo de morte pessoas inocentes, parece que a execração pública ainda é a única punição garantida para essa gente. Talvez seja por isso que elas vazam tanto. Porque do castigo da opinião pública nenhum juiz do Supremo pode livrar.
A delação premiada dos executivos da Odebrecht só começou, mas já provocou um terremoto nos meios políticos de Brasília e dos estados. Nada menos de quarenta nomes importantes na política nacional foram citados nos primeiros depoimentos e apontados como beneficiários do maior escândalo de corrupção que se tem noticia no país.
Que todo mundo sabia que o país estava sendo saqueado pelos empreiteiros de obras públicas, em conluio com a classe política, todo mundo sempre soube. É rara a obra pública, neste país, por menor e menos importante que seja a prefeitura, que não tenha uma propina embutida no preço. Por isso os administradores públicos adoram construir. E quanto mais vistosa a obra, melhor.
Mas alguma coisa está acontecendo. Todos os dias a televisão mostra algum prefeito, secretário ou funcionário público saindo algemado da sua repartição. Ex-governadores e ex-presidentes já entraram nessa lista e alguns também já estão na cadeia. Temos que louvar aqui a atuação do Ministério Público e da Polícia Federal. E esperamos que tudo isso não acabe simplesmente em uma bela pizza, como sempre aconteceu antes.
É uma pena também que não tenhamos uma Corte Suprema á altura das necessidades que o país tem nestes momentos de crise política, econômica, social e moral. Com as exceções de praxe, a maioria dos magistrados que compõe aquela corte são juristas medíocres e alguns deles sequer passariam em um concurso para magistrado de primeira instância. Estão lá por indicações meramente políticas e com claras segundas intenções dos presidentes que os indicaram. A última decisão que prolataram, com respeito á destituição de Renan Calheiros da Presidência do Senado foi uma vergonha para todo o sistema jurídico do país.
O Ministério Público e a Polícia Federal estão cumprindo o seu papel. Mas temo que todo esse trabalho que estão tendo para limpar a corrupção que a Constituição libertária e libertina do Dr. Ulisses permitiu que se implantasse no país seja solapado pelos mecanismos que essa mesma Carta Magna instituiu. Pois além dos conchavos políticos que se permitem nos bastidores, como o que manteve o “Justiça” (apelido do Renan Calheiros na lista de propinas da Odebrecht), na presidência do Senado, há também essa excrecência jurisdicional chamada foro privilegiado, que os políticos puseram na Constituição somente para proteger a si próprios.
O Mensalão, escândalo que não envolvia nem a metade dos políticos que a Lava a Jato está envolvendo levou quase dez anos para ser julgado no Supremo. Calcule-se agora quanto tempo vai levar para que essa turma que está sendo denunciada agora vá á julgamento, se for.
Por mais que se deplore o vazamento dessas delações premiadas, que afinal pode acabar ferindo de morte pessoas inocentes, parece que a execração pública ainda é a única punição garantida para essa gente. Talvez seja por isso que elas vazam tanto. Porque do castigo da opinião pública nenhum juiz do Supremo pode livrar.