O PODER DO SUPREMO FEDERAL IMOLADO.
O PODER MAIOR DO SUPREMO IMOLADO. VITÓRIA DE PIRRO.
O epsódio da desobediência do Presidente do Senado, Renam Calheiros, à liminar do Ministro Relator Marco Aurélio, mostrou mais uma vez o Brasil do absurdo, do paradoxo, ao descumprir a ordem do órgão maior, num país democrático. Praticado por quem que não teria, jamais, as condições ou a ousadia de fazê-lo, por possuir uma ficha de antecedentes e desatinos anti-juridico de fazer inveja a muito maquiavélico de escol. A afronta de Renam colocou-o como o homem mais poderoso do país, inversamente proporcional á sua personalidade, ou à falta dela. Foi doloroso e pungente ver o maior poder jurídico do pais imolado, com os seus Ministros a lamentar pela televisão terem sido desrespeitados, por um cidadão que ao longo dos anos, desde o governo Collor, vem praticando com desfaçatez e uma frequência nunca vista, a anti-política, brincando com a república, a coisa publica. Em uma nação séria que respeitasse de verdade e mantivesse fidelidade á Constituição, a sua desobediência acarretaria a sua imediata condução coercitiva e à sua prisão. Como pode o poder maior se submeter e se curvar a articulação política, sob as mais diversas desculpas e vertentes, subvertendo-se perante a opinião publica, passando a idéia de fraqueza; agora por diante qualquer “CIDADECO”, à maneira Renaniana, poderá afrontá-la. Triste realidade... A decisão de proibir Calheiros de integrar a linha sucessória no futuro e sua continuação na presidência do Senado foi a vitória do jeitinho, a vitória do abstrato sobre o concreto, a vitória de Pirro do Supremo. Curvado ao Senado, abdicando da supremacia da tripartição dos poderes tão defendido por Montesquieu, e do estar por vir. Sem grande importância no presente.. Vou terminar, me recolher. Desculpem. Estou com vontade chorar de vergonha... Aliás, já estava chorando...
Data:08de dezembro de 2016.
ANTONIO FRANÇA