Eu, você, a Política e Maquiavel -- Maquiavélico? Racional.
Outro dia eu estava pensando numa teoria política. Pois é.. humildade é para os fracos. Enquanto pensava, decidi (como bom racionalista) dividir as questões que envolvem relacionamento humano entre Política e Moral. Política seria qualquer coisa que envolvesse tomada, execução e manutenção de poder. Eu sei... andava muito Foucaultiano nessa época. Moral em contrapartida, seria tudo o que envolve relação com o outro humano ser, no âmbito da virtude.
Hoje eu olho para essa premissa de distinção, enquanto penso em Maquiavel. Quem leu o Príncipe sabe que muitas das relações políticas são de ganha-ganha (por ex, qnd o príncipe decide ajudar o povo no que pode, e espera que diante de uma guerra o povo esteja ao seu lado durante o conflito). Isso é uma relação total de que ambos estão de mãos dadas e felizes com o assunto -- não dá pra dizer que um está fazendo o outro ficar de 4. Aliás, até ficar de 4 ambos ganham -- ninguém fica de 4 para alguém se não gostar. Claro... estamos falando aqui de prazer, e não de dor.
Quando olho para Maquiavel percebo que política tem muito mais nuances que simples, busca por poder, dinheiro, alguém de 4 por alguém com um chicote na mão (aonde um só ganha) e coisas do tipo. Muitas vezes -- e a história corrobora -- a política foi um total ganha-ganha, aonde ambas as partes sentaram, discutiram, e ficou Acordado o que era bom para todo mundo. Talvez um se saísse melhor que o outro, mas dado a situação em que ambos poderiam realmente se dar mal (como o príncipe que sabiamente ajuda o povo porque sabe, pode morrer na guerra)... Então a relação é de "Hei, vamos todos ganhar galerinha linda!".
Talvez as nuances que separem Política e Moral sejam muito além do que imagino. Talvez a primeira envolva ações práticas, enquanto a outra, mais espirituais. Talvez, como a história mostra, a segunda conflua na primeira, e sensos de humanidade (nascidas na segunda) passem a como se fosse, subir um degrau, diretinho para as ações práticas entre muitos. Enfim... se política é falar de cidadãos e cidadãs, considero que ainda há muito o que tenho para pensar.