CARLOS EDUARDO DÁ TOTÓ EM NATALENSES

Durante a Campanha Política 2016, ocasião em que disputou sua reeleição para voltar à prefeitura da Cidade do Natal, Carlos Eduardo Alves em nenhum momento divulgou a real situação de penúria absoluta em que ele afirma se encontrarem os cofres municipais. Pelo contrário, mostrou aos incautos eleitores, de forma irresponsável, uma cidade fictícia, irreal, na qual tudo funcionava às mil maravilhas e na qual todo natalense queria viver. Porém, vemos agora que tudo não passava de publicidade enganosa. Acabada a eleição que o reconduziu à prefeitura, ele mudou o discurso.

Durante a campanha política, Carlos Eduardo prometeu construir novas escolas, uma promessa vazia e irresponsável, porque ele sabia que não iria cumprir com sua palavra. E não o faria por várias razões: a primeira delas é porque a prefeitura não dispõe de recursos para tal. Depois, ele não teria quem colocar nestas escolas para trabalhar. Os professores com salários a partir de dois mil reais, recebem com atraso e em parcelas. Ora, o que danado é dois mil reais para a pessoa receber um valor desses fatiado?

Além disso, o pessoal que trabalha no apoio às escolas está com os salários atrasados, em alguns casos há mais de dois meses. As empresas terceirizadas não estão sendo pagas pela prefeitura e, portanto, não pagam os salários aos funcionários. Como é que as escolas vão funcionar sem vigilantes, sem limpeza e sem merendeiras? Não vão!

A história de construir novas escolas estava na cara que não podia ser coisa séria, como de fato não é. Não poderia ser porque o município não iria abrir concurso público para admitir novos professores. Os que estão na ativa já enfrentam grandes dificuldades tais como: 1. Os que têm direito às licenças prêmio não podem tirá-las, porque não existem professores para substituí-los. 2. O professor não pode se ausentar da sala de aula para nada. Diferentemente daquilo que a Secretaria de Educação anuncia, os professores não podem sair da sala, nem mesmo para fazer mestrado. 3. Professor sequer, tem direito de adoecer, porque a Secretaria de Educação só aceita, no máximo, três dias de licença. Se a doença exceder este prazo, o professor deve procurar a Junta Médica do Município e só assim poderá ser submetido ao tratamento que necessita. Agora imaginem uma criatura com uma pneumonia, por exemplo, tendo que sair à procura dessa Junta. O nome disso, na minha opinião é falta de respeito. 5. Não existe razão para atrasos nos salários dos professores, uma vez que a verba destinada a esse fim é oriunda do Fundeb.

Durante a campanha, quem assistisse ao programa de governado idealizado por Carlos Eduardo, não tinha a menor dúvida: ele era o melhor candidato. O mais preparado e mais preocupado em solucionar os problemas da Cidade do Natal, especialmente aqueles voltados para a Educação. Ele anunciou em alto em bom som, ter dado 60% de reajuste no salário dos professores da Rede Municipal, esquecendo que ao assumir o caos deixado por Micarla de Sousa, parcelou em quatro vezes, um reajuste de 20%, mas esqueceu de pagar a última parcela e ficou por isso mesmo. Só quem é professor lembra do calote.

Também esqueceu a maneira desrespeitosa com que trata os professores. Ele baniu a possibilidade de professores comerem um prato de cuscuz nas escolas. Ora, professores não recebem vale alimentação, vale transporte, são os únicos servidores que iniciam suas atividades às 07:00h da manhã, não têm seguro saúde, não recebem adicional de periculosidade e até o cafezinho e a água mineral que consomem dentro das escolas, é fruto da “vaquinha” feita entre eles. E mais: diferentemente de outras categorias, são os únicos servidores que fazem greve e são obrigados a pagar os dias parados.

Como se não bastasse, Carlos Eduardo vetou o artigo da Lei Federal que tornava obrigatório a climatização de todas as escolas públicas do Nordeste, até o ano de 2018. Eu desafio Carlos Eduardo a passar quatro horas dentro de uma sala de aula da Rede Municipal de Natal, sem ventilador, falando para uma plateia formada por 36 alunos. Vá Carlos Eduardo. Vá ver a que tipo de tortura você submete os profissionais da Educação nesse município que você administra, já que em seus discursos, você aparece como o prefeito perfeito, quando o assunto é Educação.

O grande problema que reconduziu Carlos Eduardo à Prefeitura, foi a péssima administração realizada por Micarla de Sousa. Ela conseguiu ser tão ruim, mais tão ruim, que o povo se iludiu com a maquiagem que Carlos Eduardo está acostumado a fazer na Cidade do Natal: abriu o Parque da Cidade, tapou alguns buracos espalhados pelas avenidas, mandou fazer o nome de Natal na beira da praia – coisa para alegras os olhos dos turistas e pronto. O resto foi fácil.

Ele esqueceu também, que mal voltou a sentar na cadeira de prefeito, recém-deixada por Micarla, de uma caneta só, concedeu um aumento ao seu próprio salário, que de catorze mil reais, passou para vinte e cinco mil reais. Na ocasião, ele alardeou aos quatro cantos do mundo, que a Mircala deixara a prefeitura falida. Mas não teve a menor cerimônia em aumentar o próprio salário.

Vi com profunda tristeza ver sua recondução à Prefeitura da Cidade do Natal, assim como vejo o escárnio com que ele trata a população: no momento em que os bandidos atacaram Natal, ele permaneceu omisso. Na sua opinião, o problema era apenas do governo. Até mesmo quando uma das secretarias municipais foi atacada, ele não deu a mínima. Sua declaração a respeito da questão foi um deboche, afirmando que a Polícia levara um totó dos bandidos.

Agora, atrasa o salário dos servidores e de forma descarada anuncia a iluminação da Cidade para os festejos natalinos. Na ótica dele, o cara não tem dinheiro para levar a namorada para jantar, mas vai ficar feliz em ver as luzes natalinas piscando. Como alguém pode ficar feliz passando o Natal sem dinheiro e ainda mais tendo que arcar com a conta da iluminação pública, que ele promete desvincular do pagamento do IPTU?

Sinceramente, imaginei que nessa eleição o povo desse um totó em Carlos Eduardo, mas foi justamente o contrário: Ele novamente deu um totó no povo natalense e assim os professores da Rede Municipal de Ensino vão amargar sua ruindade por mais quatro anos. (03/nov/2016)

Nahtalia Boavista
Enviado por Nahtalia Boavista em 03/11/2016
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