Os Patetas do MBL

Não era o Nelson Rodrigues que dizia que, no Brasil, o sujeito preferia que lhe xingasse a mãe a ser chamado de reacionário? Pois bem, isso acabou. A terrível gestão da Dilma fez dar início a uma onda conservadora que tomou conta do País. E o MBL (Movimento Brasil Livre) foi um dos grupos que surfou nessa onda.

De acordo com o MBL, deve-se privatizar hospitais, escolas, parques, empresas, ruas, água, ar, em suma, tudo. Ou seja, são liberais radicais que acreditam que privatização é sinônimo de eficiência. É o tipo de reducionismo do qual até mesmo economistas modernos (pró-capitalismo) estão se afastando.

O movimento se dizia apartidário; depois, suprapartidário; com o que estou de acordo. Afinal, recebem dinheiro de diversos partidos, sejam conservadores ou liberais. Não há preconceito.

Seus seguidores, salvo exceção, não batem bem da cabeça. Diria que são idólatras, ou iconólatras ou qualquer coisa do gênero. Reclamam do cara que usa a camisa do Che Guevara, mas compram a caneca do Sérgio Moro (?) por R$ 50,00. Bem, até que é um preço módico... para classe média.

Os líderes do MBL merecem uma "análise" à parte:

Eu sou feio, mas o Kim Kataguiri abusa. Quando ele foi aprovado no The Voice Brasil, o Carlinhos Brown deu um giro de 360° graus na cadeira para não ter de vê-lo - sim, isso foi uma piada! Sua arrogância é digna de nota. Disse, por exemplo, que largou a faculdade de economia porque sabia mais do que o professor; quando, na verdade, até o zelador estaria apto a dar-lhe umas aulas.

Fernando Holiday é do tipo que só falta sapatear para agradar os brancos. Acho que se Holiday vivesse na época da escravatura, ele acusaria os abolicionistas de paternalismo, sob a justificativa de que o escravo deveria conseguir sua carta de alforria pelo próprio esforço. Meritocracia.

Tem aquele mané, o Arthur, que fica fazendo perguntas do tipo "quanto rende o FGTS" para pessoas em protestos, como se tivessem obrigação de saber isso. Ele expõe em seus vídeos os manifestantes mais ignorantes para dar a impressão de que todos são alienados. Quando sabemos que nem todos o são; apenas metade deles.

Um tal de Pedro fala da "direita transante", com a qual Caetano Veloso se identificou. Que diabos é isso? Devem estar se perguntando - assim como eu estou. Não entendi o porquê do nome; ora, a direita tradicional não transa? Enfim, quando o rapaz não está tentando privatizar, de vez, a Petrobras, ele está tocando uma espécie de funk "indie" com seu Bonde do Rolê. É sério!

Todavia, não é por tudo isso que eu detesto o MBL; poderia até ser, mas não é. Na verdade, minha implicância se deve à critica deles ao fechamento dos supermercados aos domingos, com o argumento de que isso prejudicaria os trabalhadores - isto é, os consumidores, não os funcionários. Desde então, sempre que posso criticá-los, eu o faço.

Vá me perdoar quem defende essas ideias - inclusive, muitos amigos - mas isso aí não é liberalismo, é cretinice mesmo. A exemplo deste texto, não dá pra levá-los a sério.

Estevão Júnior
Enviado por Estevão Júnior em 27/10/2016
Reeditado em 27/10/2016
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