Onde está a crise?

A pergunta que não se cala: Onde está a crise? Aqui, ali, acolá! Na classe baixa, média ou alta? Por que há uma grande distribuição de renda para poucos e pouco dinheiro para serem distribuídos aos muitos brasileiros desse país? O fato é que não tenho competência para entrar em dados técnico-financeiros, mas vou trabalhar aqui com leituras, denuncias e questionamentos. Essa crise começou a se desenhar em 2008 na Europa, vimos Portugal a beira da falência e a Grécia pedindo socorro a quem pudesse ou quisesse ajudar. No entanto o Brasil permaneceu forte em sua economia utilizando o BNDs e os Bancos Estatais. Já em 2011/12 o Brasil intensifica esse modelo de economia que gera empregos e injeta dinheiro no comércio através do povo que tem um maior poder de compra. Porém a ganância sem fim dos bancos privados não aceitam a permanência das baixas taxas de juros aplicada neste momento da economia, pois todos estão ganhando, menos os bancos, no entanto este argumento começou a surtir efeitos nefastos no cenário da crise que estaria por vir. Ainda neste ano, o governo vê a oportunidade de baixar as tarifas de energia, pois em muitos estados a prestação deste serviço é ruim e onerosa ao bolso do trabalhador. Com isso as prestadoras se revoltaram com o governo e muitas começaram a se endividar, pois seus lucros gigantescos começaram a cair, ou não! Fica claro então um esquema de conchavos políticos, onde esse modelo que favorece a classe media-baixa não era a ideal. A boa e velha política é aquela onde há pobres e ricos, pois a autossuficiência desta classe é nítida, visto que seus bens não estão empregados aqui no Brasil e sim em vários paraísos fiscais espalhados pelo mundo. A derrota do governo finalmente começou quando os bancos, inclusive os estatais começaram a emprestar dinheiro fácil para o povo que em pouco tempo se endividaram ao extremo por causa dos juros embutidos nas parcelas. Daí por diante a questão fica clara, povo sem dinheiro, comércio sem compradores, fornecedores fechando suas portas, investidores sumindo e por fim, desempregos. Este círculo vicioso é hoje visto como fruto de uma política mal organizada e é decorrente da ganância dos que querem se manter no poder, sejam eles políticos, banqueiros ou grandes empresários. Estes nunca satisfeitos com seus bens exorbitantes, só desejam uma coisa, multiplicar seus lucros se aproveitando do desespero da população que se acostumou a um padrão de vida e agora o está perdendo. Mas voltemos a pergunta que não se cala: onde esta a crise? Ficou claro que esse colapso dito econômico foi originalmente político e de interesses escusos de uma minoria dominante. Estes destruíram a Petrobras, que alias já vinha tendo problemas com corrupção desde o governo FHC, mas que foi muito bem blindado para não se reconhecer uma crise de 200%, bem pior que a atual. Voltando ao foco da discussão: Por que poucos com muito dinheiro e muitos com pouca renda? Existem muitas denuncias de milhões em propinas correndo solta como num saco sem fundo, há aumentos abusivos de salários para o STJ e uma das piores denuncias já registradas envolvendo desembargadores e juízes do RJ que protocolaram recentemente o pedido de 7,2 mil para auxílio educação de seus filhos e mais 3 mil para investirem em sua própria formação. Será desastrosa a aprovação desta lei, pois acarretará milhões aos cofres públicos do RJ e em todo país, já que todos os estados também irão abocanhar essa oportunidade. Esta dita crise permite um aumento abusivo de auxílios para uns, enquanto o discurso do governo é o corte de 58 bilhões para os próximos anos só em educação. Enquanto se fala em aumentar o teto máximo para os políticos, se discute o congelamento do piso dos professores e a retirada de “regalias”. Enquanto se discute o aumento do auxilio moradia já defasado pela inflação galopante, vemos a retirada de mais de 600 mil bolsa família, pois esta mordomia é o que está “quebrando o Brasil”. Enquanto isso o povo vai sendo massacrado na sua aposentadoria miserável sendo culpados pela “quebra da previdência” e assistimos os políticos se aposentarem duas, três ou quatro vezes a cada oito anos de mandato, e o mais incivil, cada aposentadoria está recheadas com um salário sempre corrigido no teto. É muita injustiça pra se colocar nesse texto, mas insisto na pergunta: onde esta a crise? A quem interessa o povo desarticulado e ignorante? A quem interessa as reformas no ensino médio? A quem interessa um povo sem estudo? Em resposta a isso se pode dizer que a crise existe apenas para os pobres, pois é forjada em um contexto sensacionalista que visa apenas o desrespeito e o rebaixamento do povo ao seu status de pobreza, submissão e ignorância. E neste contexto de ódio contra as minorias é que percebemos um total descaso com os governos populares, pois não são interessantes ao tão novo velho modelo de democracia elitizada. Não há o que se esperar de um povo que se ilude com o poder do voto, pois o ato de escolher não significa nada se o poder corrompe, elitiza e seduz o grande, enquanto destrói, massifica e ignora o povo. O Brasil não muda enquanto a ganância viver dentro do coração de cada brasileiro que só pensa nele mesmo vendendo seu voto por dentaduras, pares de sapatos, gasolina e cestas básicas.