Inoportunas e esquizofrênicas
Em agosto escrevi aqui no Portal o artigo “Pobres eleições, eleições pobres”, onde iniciei com o seguinte parágrafo: “As eleições municipais que iniciaram dia 16 estão, para a conjuntura política, como um peixe fora d'água. No momento, a questão nacional e as decisões de Brasília contam mais do que tudo para a vida concreta das pessoas. As reformas da Previdência e da CLT vão alterar a relação destas com o mundo de uma forma em que as cidades não tem como intervir: a regulação da vida econômica dos indivíduos, ligada ao mundo do trabalho”.
Pois então, não há como olhar para as mesmas, findas no domingo passado, e não ter a sensação de que o povão, em sua maioria composto por assalariados, está brincando com o perigo, alheio à realidade política hostil em que está inserido. Pelo menos é o que o resultado das urnas leva a crer.
Pesquisas recentes dão conta de que 82% dos brasileiros são contrários à elevação da idade mínima para aposentadoria e 86% contra o aumento da jornada de trabalho, propostas discutidas nas reformas previdenciária e trabalhista gestadas pelo governo Temer que, por sua vez, registra baixíssimos índices de aprovação, credibilidade e confiança. O governo Temer é, basicamente, todos sabem, uma aliança entre PMDB e PP, ex-aliados do PT, com o PSDB e o DEM, todo esse pessoal envolvido em várias investigações sobre corrupção.
Logo, seria de se esperar que esses partidos sofressem um revés eleitoral, não é mesmo? Errado. Alguns analistas políticos argumentam que, nas eleições municipais, a população vota mais preocupada nas questões locais. Mas como explicar, então, que só o PT tenha sofrido um abalo nas urnas? Claro, as operações seletivas da Lava Jato, mais uma vez atingindo petistas às vésperas das eleições, ajudaram nisso. Por exemplo: é sintomático assistir ao jornal matutino da Band noticiar a prisão do ex-ministro Antônio Palocci mostrando uma imagem deste sentado com o prefeito paulista Fernando Haddad, candidato à reeleição, que não era citado na história.
Além de não sofrer revés algum, PMDB e PSDB cresceram nas urnas! Só Freud explica isso: esquizofrenia política! Nas grandes cidades e nas capitais, que tem influência na geopolítica nacional, as pessoas ou votam em branco e nulo ou optam justo por partidos que defendem essas reformas? Porto Alegre, por exemplo: PSDB e PP contra o PMDB no segundo turno! Todos aliados de Temer e de Sartori, o parcelador.
Conclusão: após essas eleições inoportunas, a resistência ao golpe que será desferido no povão via as reformas e o congelamento de gastos com educação e saúde ficou prejudicada. O voto é uma arma que pode ser engatilhada e apontada para a própria cabeça, quando dado sem reflexão. “É a treva”.
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EXPOSIÇÃO – “Ela e o tempo” é o nome da exposição da pintora Amanda Lovett que ocorre hoje e amanhã no Bonato Center, em São Jerônimo. A artista, estudante de artes visuais na UFRGS, apresenta “uma temática feminista sobre a posição da mulher na sua época”.
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HARDEST – A banda de hard rock acústico faz show amanhã no Muralha Charqueadas, às 23horas. Na formação André Dornelles (baixo), André Miler (guitarra), Fábio Nunes (vocal), João Caldeira (bateria) e Paulo Neves (guitarra).
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ATO PÚBLICO I – Domingo, às10h, no Brique da Redenção, em Porto Alegre, ocorre o “Ato em defesa das escolas plurais e democráticas”, convocado pela Frente Gaúcha Escola Sem Mordaça.
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REPÚDIO – Reitoria do IFSul emitiu nesta semana nota de repúdio contra “a forma como foi divulgada, no dia 04/10/2016, pelo INEP, os resultados do ‘ENEM 2015 por Escola’ no qual se omitiu o desempenho dos Institutos Federais (IFs)”. Subscrevo.
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ATO PÚBLICO II – Neste domingo, às 14 horas, no Parcão, em Charqueadas, ato contra a aprovação da PEC 241, que congela os gastos em saúde e educação por 20 anos.
Texto publicado no Jornal Portal de Notícias, versões online e impressa: http://www.portaldenoticias.com.br
Em agosto escrevi aqui no Portal o artigo “Pobres eleições, eleições pobres”, onde iniciei com o seguinte parágrafo: “As eleições municipais que iniciaram dia 16 estão, para a conjuntura política, como um peixe fora d'água. No momento, a questão nacional e as decisões de Brasília contam mais do que tudo para a vida concreta das pessoas. As reformas da Previdência e da CLT vão alterar a relação destas com o mundo de uma forma em que as cidades não tem como intervir: a regulação da vida econômica dos indivíduos, ligada ao mundo do trabalho”.
Pois então, não há como olhar para as mesmas, findas no domingo passado, e não ter a sensação de que o povão, em sua maioria composto por assalariados, está brincando com o perigo, alheio à realidade política hostil em que está inserido. Pelo menos é o que o resultado das urnas leva a crer.
Pesquisas recentes dão conta de que 82% dos brasileiros são contrários à elevação da idade mínima para aposentadoria e 86% contra o aumento da jornada de trabalho, propostas discutidas nas reformas previdenciária e trabalhista gestadas pelo governo Temer que, por sua vez, registra baixíssimos índices de aprovação, credibilidade e confiança. O governo Temer é, basicamente, todos sabem, uma aliança entre PMDB e PP, ex-aliados do PT, com o PSDB e o DEM, todo esse pessoal envolvido em várias investigações sobre corrupção.
Logo, seria de se esperar que esses partidos sofressem um revés eleitoral, não é mesmo? Errado. Alguns analistas políticos argumentam que, nas eleições municipais, a população vota mais preocupada nas questões locais. Mas como explicar, então, que só o PT tenha sofrido um abalo nas urnas? Claro, as operações seletivas da Lava Jato, mais uma vez atingindo petistas às vésperas das eleições, ajudaram nisso. Por exemplo: é sintomático assistir ao jornal matutino da Band noticiar a prisão do ex-ministro Antônio Palocci mostrando uma imagem deste sentado com o prefeito paulista Fernando Haddad, candidato à reeleição, que não era citado na história.
Além de não sofrer revés algum, PMDB e PSDB cresceram nas urnas! Só Freud explica isso: esquizofrenia política! Nas grandes cidades e nas capitais, que tem influência na geopolítica nacional, as pessoas ou votam em branco e nulo ou optam justo por partidos que defendem essas reformas? Porto Alegre, por exemplo: PSDB e PP contra o PMDB no segundo turno! Todos aliados de Temer e de Sartori, o parcelador.
Conclusão: após essas eleições inoportunas, a resistência ao golpe que será desferido no povão via as reformas e o congelamento de gastos com educação e saúde ficou prejudicada. O voto é uma arma que pode ser engatilhada e apontada para a própria cabeça, quando dado sem reflexão. “É a treva”.
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EXPOSIÇÃO – “Ela e o tempo” é o nome da exposição da pintora Amanda Lovett que ocorre hoje e amanhã no Bonato Center, em São Jerônimo. A artista, estudante de artes visuais na UFRGS, apresenta “uma temática feminista sobre a posição da mulher na sua época”.
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HARDEST – A banda de hard rock acústico faz show amanhã no Muralha Charqueadas, às 23horas. Na formação André Dornelles (baixo), André Miler (guitarra), Fábio Nunes (vocal), João Caldeira (bateria) e Paulo Neves (guitarra).
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ATO PÚBLICO I – Domingo, às10h, no Brique da Redenção, em Porto Alegre, ocorre o “Ato em defesa das escolas plurais e democráticas”, convocado pela Frente Gaúcha Escola Sem Mordaça.
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REPÚDIO – Reitoria do IFSul emitiu nesta semana nota de repúdio contra “a forma como foi divulgada, no dia 04/10/2016, pelo INEP, os resultados do ‘ENEM 2015 por Escola’ no qual se omitiu o desempenho dos Institutos Federais (IFs)”. Subscrevo.
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ATO PÚBLICO II – Neste domingo, às 14 horas, no Parcão, em Charqueadas, ato contra a aprovação da PEC 241, que congela os gastos em saúde e educação por 20 anos.
Texto publicado no Jornal Portal de Notícias, versões online e impressa: http://www.portaldenoticias.com.br