Crivella x Freixo

Marcelo Crivella (PRB) e seu xará Marcelo Freixo (PSOL) merecem disputar o segundo turno não pelas propostas em si, mas pelo carisma. No debate na Globo, Crivela cantou, fez caras e bocas e tirou sarro do adversário. Freixo, com aquela cara de Martin Riggs - do filme Máquina Mortífera -, também surpreendeu. Chamou o Pedro Paulo (PMDB) para o confronto direto, e de quebra deu uma alfinetada na Cidinha Campos (PDT) “você não gosta de mim, mas sua neta gosta”. Chico Buarque deve ter gostado.

Os dois candidatos atacaram Pedro Paulo, que estava acuado e gaguejava qual uma criança. O grande erro do prefeito Eduardo Paes (PMDB) foi ter escolhido um "escoteiro" para sucedê-lo. Bem, para a faxina ficar completa, devemos pedir o impeachment do Governador Pezão (PMDB) e daquela múmia chamada Dornelles (PP), por crimes de responsabilidade. Afinal, se quebrar o Estado não for crime de responsabilidade, então nada mais é.

Ao contrário do que li por aí, Freixo tem chances reais de ganhar. Se ele fosse tão fraco, como escreveram alguns, então por que ele foi para o segundo turno? Se ele tem rejeição muito grande o outro também tem. A vantagem inicial do Crivella pode ser revertida se a campanha do Freixo for bem sucedida.

O grande problema do candidato do PSOL é que ele e seu partido, ao contrário do PT de uma decada atrás, ainda não tem o apoio das classes pobres. O partido não saiu do seu nicho de classe média. Ao passo que Crivella, populista e da Igreja, tem uma base muito sólida entre os trabalhadores humildes, sobretudo na Zona Oeste. A esperança do Freixo - quem diria? - está na classe média-alta que prefere um "comunista" no Governo a um ex-bispo da Universal. O preconceito religioso suplanta o ideológico.

É hora da esquerda se unir no apoio ao Freixo e deixar de lado essas birras infantis. Não se pode cometer os mesmos erros dos comunistas alemães que, por puro ressentimento, não apoiaram os social-democratas, permitindo a expansão nazista. Ou durante a Guerra Civil na Espanha onde as facções socialistas e republicanas atacavam-se umas as outras, enquanto Franco bombardeava todas elas.

Bem, a guerra começou, pois, como já dizia Mao Tsé-Tung a política é a guerra sem derramamento de sangue. E a Igreja Universal já pôs a sua máquina de manchar reputação para trabalhar. Já há quem chame Freixo de terrorista e o acuse de querer ensinar sexo para as crianças. Mas esses aí só enganam trouxas. E o carioca é malandro por natureza

Independente se for Freixo ou Crivella, devemos respeitar o voto soberano do povo. O importante é que nos livramos do domínio do PMDB no Rio. Alternância do poder faz um bem danado à democracia, seja parlamentar, burguesa ou qualquer outro nome que se dê a ela.

Estevão Júnior
Enviado por Estevão Júnior em 04/10/2016
Reeditado em 06/10/2016
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