Contra a corrupção...do PT
Um dos coordenadores do MBL, Kim Kataguiri, em artigo cínico na Folha de S.Paulo, afirmou que a responsabilidade pelo chamado Petrolão é, por assim dizer, exclusivamente do PT. Seu objetivo é tentar dissociar Temer e o PMDB dos escândalos de corrupção.
Mas o "Ho Chi Minh" da direita só engana quem se deixa enganar. O Petrolão foi um esquema de propina do qual se beneficiaram ex-dirigentes da Petrobrás (Paulo Roberto Costa, Nestor Cerveró, Renato Duque), doleiros (Alberto Youssef, Nelma Kodama), empreiteiras (Odebrecht, OAS, Camargo Côrrea, Andrade Gutierrez), partidos políticos (PT, PDMB e PP), entre outros. Não cito todos por razões óbvias.
E, ao contrário do que se depreende do texto, essa prática não teve origem no governo do PT. Basta rever a declaração do ex-gerente de serviços da Petrobrás, Pedro Barusco: “Iniciei a receber propina em 1997 e 1998”. Ou seja, durante a era FHC. Em meados dos anos 90, o jornalista Paulo Francis já acusava a diretoria da estatal de esconder dinheiro em contas na Suíça. Mas na época não houve sequer investigação.
Não sou advogado do PT - tanto assim que não o eximo de sua culpa -, porém, é forçoso reconhecer que este partido não inventou a corrupção nem a institucionalizou como querem fazer crer essa gente, ele apenas seguiu o script.
A corrupção no Brasil vem de épocas remotas, a saber, desde quando um grupo avistou aquele pedaço de terra ao qual batizaram de Monte Pascoal. Ela é um vício endêmico deste país, e a operação Lava Jato apenas a trouxe à tona; ao contrário de outras épocas nas quais prevalecia o "sermão" de Machado de Assis:
“(...) não examineis os papéis do próximo para que ele não examine os vossos, e não resulte irem os dous para a cadeia, quando é melhor não ir nenhum”