A IMPORTÂNCIA DO VOTO: O DEVER E A RESPONSABILIDADE DO ELEITOR BRASILEIRO
*Sineimar Reis
As redes sociais (facebook, Twiter, Whatsapp etc...) sim! até o Whatsapp, tornaram-se meios excêntricos para politização da sociedade, pois temos acesso a matérias das diferentes correntes ideológicas. Embora a internet e essas redes sejam agora mais sedutoras quando retoma textos que não perderam sua pertinência pela sabedoria, lucidez e argúcia na discussão de nossos problemas sociais. Por exemplo, textos escondidos em livros, agora circulam nas telas de eletrônicos celulares, tablets e computadores a todo vapor, outro exemplo: Notícias como, análise de Rachel de Queiroz sobre o voto, publicada em "O Cruzeiro", no dia 11 de janeiro de 1947 pode ser vista compartilhada em grupos de redes sociais e no Whatsapp facilmente, bastando copiar o link de mera importância e compartilhar com os amigos. Os brasileiros apostavam, na época, na consolidação da democracia, anunciada pela Constituição Federal promulgada 114 dias antes, após os dolorosos anos da primeira ditadura concedida por Vargas e da Segunda Guerra Mundial. Sofreriam, entretanto, muitos revezes, nas décadas seguintes, que incluíram a limitação do direito de votar até 1988. Mesmo assim, o texto é irretocável enquanto advertência sobre a soberania do eleitor para traçar o destino do país. Isso ficou evidente, nos últimos dias após a saída da presidenta, porque o senado fez sua escolha, indicando exigências e anseios com bastante imaturidade, apesar de alguns deslizes que merecem análises específicas.
Segundo a escritora cearense que redigiu trechos magníficos, como "pelo voto não se serve a um amigo, não se combate um inimigo, não se presta ato de obediência a um chefe, não se satisfaz uma simpatia. Pelo voto a gente escolhe, de maneira definitiva e irrecorrível, o indivíduo ou grupo de indivíduos que nos vão governar por determinado prazo de tempo". E continua: "Escolhem-se pelo voto aqueles que vão modificar as leis velhas e fazer leis novas e quão profundamente nos interessa essa manufatura de leis! A lei nos pode dar e nos pode tirar tudo, até o ar que se respira e a luz que nos alumia, até os sete palmos de terra da derradeira moradia".
Assim adverte: "Vão lhes entregar um poder enorme e temeroso, vão fazê-los reis; vão lhes dar soldados para eles comandarem e soldados são homens cuja principal virtude é a cega obediência às ordens dos chefes que lhes dá o povo. Votando, fazemos dos votados nossos representantes legítimos, passando-lhes procuração para agirem em nosso lugar, como se nós próprios fossem. Entregamos aos homens, a elite, a burguesia, tanques, metralhadoras, canhões, granadas, aviões, submarinos, navios de guerra e a flor da nossa mocidade, a eles presa por um juramento de fidelidade. E tudo isso pode se virar contra nós e nos destruir, como o monstro Frankenstein se virou contra o seu amo e criador".
Assimilemos essa lição, percebendo a magnitude do ato de votar, pois constitui o momento de definir todo o processo político-econômico que assegura a sobrevivência física e social de uma nação. Isso exige olhar severo sobre a conduta dos candidatos e suas equipes seus partidos, seus afiliados, lembrando que eles serão simples mandatários da vontade popular. E não cabe postura partidária, após o pleito, pois, se são eleitos por uma parcela do eleitorado, tornam-se governantes de todos, que mantêm o direito de fiscalizar o cumprimento do programa, censurando o uso predatório do patrimônio público. Afinal, nós, os eleitores somos os mandantes na difícil tarefa de administrar os recursos de 200 milhões de brasileiros. Assim deixo bem claro, que, devemos criar mecanismos para coibir decisões sórdidas na administração pública, lembrando que a ética passiva não contribui para a transformação dos esquemas viciados ou a eliminação de gente desonesta e corrupta do cenário político. As lideranças nocivas crescem justamente no vácuo deixado por quem não se posiciona efetivamente no pleito, delegando a outros a escolha de quem assumirá o poder.