REFORMA POLÍTICA E REFORMA INTERIOR

A busca pela verdade é sempre uma tarefa árdua. É necessário ter coragem e dedicação, assim como fazem os filósofos quando estão elaborando suas correntes de pensamento. O simples fato de sair do comodismo, do deixa a vida me levar, nos coloca numa encruzilhada de lentes da verdade que ora aproximam do foco, ora desfocam. O foco posto aqui, refere-se ao social. Não podemos mais aceitar o que está ocorrendo em nosso país. Não é preciso dizer o que Brasil vem passando. Vivemos um caos social, onde saúde, educação e segurança estão completamente sucateadas, colocando em risco a qualidade de vida das pessoas. Vivemos também uma crise política sem precedentes. E quando se vai a fundo na busca da verdade, não importa o posicionamento político ideológico, o que se vê é sempre uma busca desenfreada por poder. A reforma política deveria ser a nossa luta, nesse momento difícil no qual estamos vivendo. Tirar um grupo corrupto e sem vergonha para colocar outro, talvez até pior, não vai resolver o problema. Não se trata de ficar em cima do muro. Todos na verdade, são farinha do mesmo saco. Estavam juntos à pouco tempo, fazendo a farra com o dinheiro público, fruto do nosso sagrado suor. E o que ganhamos de presente? Uma sociedade cheia de ódio e intransigente. Afinal de contas, quem irá substituir o que está posto aí? Precisamos urgentemente de novas lideranças. Precisamos de gente comprometida na busca de fazer valer a justiça social em seu sentido mais pleno. A busca de uma sociedade mais igualitária, mais justa e mais humana. O nosso país é muito rico e falar em crise é uma grande Mentira que a mídia golpista coloca. Quando falo em golpista, é porque ela sabe jogar dos dois lados. Uma hora se vende aos falsos socialistas de iPhone, em outro momento, abre as pernas para as velhas raposas do capitalismo patrimonialista. Devemos nos unir e não criar divisões. Esse deve ser o nosso norte, a nossa meta, o nosso objetivo. Estamos cansados de falsas promessas, de falsas ideologias, muitas vezes, configuradas em políticas públicas ineficientes que só servem para alimentar parasitas políticos. Até quando vamos continuar escravos dessa engenharia social? Até quando vamos deixar os interesses da minoria dominante e seu sistema parasitário nos governar?

Por outro lado, também nós, que estamos na frente de batalha, direta ou indiretamente alimentamos esse sistema. Temos a nossa parcela de culpa. Precisamos refletir o nosso papel como cidadão. Como tem sido as nossas escolhas? Será que somos éticos no nosso dia a dia? Somos coniventes com esse sistema? Se desejamos mudança, essa, deve partir da nossa capacidade de fazer valer os nossos direitos. É necessária uma reflexão de que uma sociedade melhor depende de um indivíduo melhor. Somos seres em evolução, portanto, enquanto não esgotarmos a capacidade de ouvir o outro, de compreendê_lo, de entender suas angústias e necessidades, vamos cair na tentação de ser o militante da alienação, que exclui e egoisticamente coloca-se acima dos outros, com sua "verdade" inacabada e carregada de lentes foscas que só ajudam a manter esse essa realidade desumana. Não importa a nossa posição ideológica, religiosa ou política. Enquanto não tivermos a coragem e a disposição de nos conhecermos por dentro, de buscarmos quais são os nossos "demônios " interiores, nunca chegaremos a verdade que nos leve a um senso ético de justiça social contemplando todos os setores da sociedade. É necessário percebermos que somos células dessa sociedade e se estamos limitados por uma visão distorcida da realidade, nunca chegaremos a verdade libertadora e o mundo continuará doente.

Amaury Júnior
Enviado por Amaury Júnior em 03/09/2016
Reeditado em 03/09/2016
Código do texto: T5748988
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