MERDAS E PLATITUDES

A quantidade de artigos recheados de conteúdo merda neste site sob o tema “Política” daria para entupir um milhão de latrinas.

Houve um retrocesso imenso neste país, patrocinado por facínoras que nos faz lembrar do filme alemão “M, O Vampiro de Dusseldorf”, de Fritz Lang, e os caras escrevem bobagens centradas em coisas rasas como o estudante foi acertado por uma pedrada; outro acha que é engraçado cravando a ex-presidente como “Dilmitida”; outros mais que o PT deixou um “período de terra arrasada nesses anos de poder” (se você pedir para que algum enumere os erros, inevitavelmente lerá o lero-lero: corrupção , pedaladas, economia em crise e por aí); outros, ainda, agarram-se às filigranas jurídicas como se com isso exalasse “saber”.

O que há de reflexão de verdade nisso? Nada! Repito: absolutamente NADA! Se formos ater-nos a essas platitudes, no que estamos contribuindo? Vou deixar propositalmente aqui uma indagação: em que esse GOLPE/IMPEACHMENT contribuirá para que o país avance rumo a uma verdadeira democracia burguesa, onde haja respeito às instituições jurídico/políticas (de verdade) e não onde se trame em salões bem iluminados – e mal frequentados - destituições para que ocorra acomodação de ladrões, corruptos, ineptos, apaniguados, elite retrógrada, etc, sob um mesmo guarda-chuva que exclui trabalhadores, pobres e desassistidos? Poucos saberão responder de verdade!

A grande imprensa, no seu papel de subalterna dessa corja, vive apregoando a “importância” do voto como instrumento de “transformação”, mas diz “amém” ao ato que jogou num imenso latão de lixo mais de 54 milhões deles. Que estímulo tenho de ir às urnas, se basta um tucano sentir-se incomodado por uma investigação ou que seja derrotado numa eleição para que acione os mecanismos nefandos de uma estrutura jurídica arcaica e saia vitorioso? Pelo fim do voto obrigatório, já!

Entendam que nada disso foi contra a corrupção! E sim a favor da entrega do petróleo, do fim da CLT, da privatização da saúde e educação, dos programas sociais e pela volta do apartheid social. Parece que a elite e setores da classe média burra e fascista, sentiram-se muito incomodados com a inclusão, ainda que tímida, de pobres e miseráveis no mundo do consumo e dos direitos trabalhistas e sociais.

Entendam ainda: houve uma ruptura nesse país! E em direção ao ontem, como bem lembrou o genial chargista André Dahmer citando Millôr Fernandes, “o Brasil tem um enorme passado pela frente” - esta frase, para mim, sintetiza o que será o governo ilegitimo de Michel Temer.

Lembrando Yanis Varoufakis em “O Minotauro Global”, livro que trata das Crises (com “c” maiúscula) capitalistas, cabe perguntar: o que virá depois?

Não tenho dúvida alguma de que esse monstro posto aí veio para preparar o desmonte e deixar ao capital financeiro – dia 31/08 o IBGE divulgou que o PIB brasileiro continua caindo ao ritmo de 2015 - o terreno bem aplainado, talvez com mais um golpe patrocinado pelo tucanato. E cercado de muita recessão!