Dilma e Collor: encontro romântico ou acerto de contas?

Eu li no Estadão que Dilma recebeu Collor por mais de duas horas no Alvorada na sexta-feira. Li também que o encontro foi SOLICITADO por Collor; e por fim, durante esse encontro, enquanto Dilma recebia reservadamente Collor, Lula se encontrava com outros senadores “indecisos”, propondo-lhes, dentre outras coisas, “atender às reivindicações de todos nas disputas municipais, mesmo que para isso seja necessário mudar parceiros nas alianças”.

Fico imaginando as probabilidades de diálogo entre Dilma e Collor; e a primeira delas é se ambos fossem éticos, sérios, honestos e interessados com o crescimento do Brasil. Dilma recebe Collor em sala aberta, diante dos assessores de ambos e a Presidente fala com o Senador: - Bom dia Senador! Prazer tê-lo aqui no Alvorada. Só o recebi, porque sei da sua seriedade, honradez e honestidade. Então Collor devolve: - Presidente, bom dia! Que informar a Vossa Excelência que farei o possível para enaltecer a justiça e a Constituição Federal. Votarei conforme o ordenamento jurídico e tenho certeza que Vossa Excelência concorda com isso! Então Dilma fala: - É isso mesmo Senador! Vote conforme a sua consciência e o fruto disso é um Brasil mais firme perante seu povo!

A outra probabilidade é de Collor ser desonesto e Dilma honesta. Collor chega e pede muita grana para votar a favor de Dilma e a Presidente diz: - O que é isso, Senador! Não pago, não prometo nada; e lhe digo mais! Meu Governo é honesto e não condescende com esse tipo de ato! Ponha-se para fora do Alvorada e saiba ainda, que eu posso ser afastada, mas saio com a cabeça erguida!

Numa terceira possibilidade, Collor e honesto e Dilma, uma pilantra; então o Senador chega e Dilma oferece cargos políticos, um ministério, muita grana e duas Lotus zero Km, paixão do ex-Presidente; e então ele diz: - Até a Senhora, Presidente! Que coisa feia! Eu não esperava isso de Vossa Excelência! Que baixaria! Se antes havia dúvida, agora ela se foi.... Voto a favor do Impeachment e adeus!

Numa situação derradeira, ambos são censuráveis, injustos, larápios, safados ou seja: ambos são a farinha do mesmo saco. Collor chega, dá um beijinho em Dilma, ambos vão para uma sala secreta, sem áudio e com bloqueador de celular e começam a discutir os planos do voto dele contra o Impeachment. Collor pede três ministérios, 120 cargos de primeiro escalão, a Presidência do Banco do Brasil; liberação sem ressalva para todas as suas emendas orçamentárias e três carros Lotus Zero Km; e Dilma diz: - Concordo com tudo, Senador, menos os carros, porque isso daria muito na pinta; mas garanto-lhe que numa garagem em Miami eles estarão lá em dois dias!

Sinceramente, qual dessas possibilidades você acredita ter havido entre Dilma e Collor no Alvorada?

Só para não esquecermos, Collor, que sofreu um processo de impeachment, não anunciou claramente o seu voto durante a sessão que decidiu pelo prosseguimento do processo de afastamento de Dilma Rousseff. Por outro lado, o senador não poupou críticas ao governo petista. Na ocasião, Collor comparou o processo de Dilma com o seu, em 1992, e defendeu que a chefe do executivo é a responsável por improbidades administrativas e deve responder por crime de responsabilidade.

Precisamos agora, ver o que dirá Collor na próxima sessão do Senado que votará o impedimento definitivo de Dilma. Se está convencido daquilo que declarou anteriormente ao encontro com a Presidente ou se mudou de ideia...!

Carlos Henrique Mascarenhas Pires

CHaMP Brasil
Enviado por CHaMP Brasil em 28/08/2016
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