ESCOLA SEM PARTIDO. TER OU NÃO TER?

Escola sem partido é um projeto proposto pelo Deputado Izalci (PSDB/DF) nº 867/2015 (na verdade ele ressuscitou algo já proposto em 2004 por outro deputado), onde a intenção visa evitar que o estado doutrine ideologicamente (em especial a ideologia de esquerda), alunos da rede pública estadual e municipal. Tais defensores alegam que há uma forte doutrinação praticada por grande parte dos mestres sobre os alunos no ambiente educacional, portanto, sendo algo inconstitucional. Por outro lado, professores e sindicalistas da categoria dizem que tal projeto de lei afronta ao estado democrático de direito e que o conservadorismo (em especial o cristão e a direita), tentam de todas as formas evitar o debate sadio político/ideológico. Ambos, a meu ver, estão certos e errados. Vejamos: De fato não há como negar que existe uma forte corrente marxista nos meios acadêmicos Brasil a fora incutindo na mente dos alunos ideias marxistas. É nítido e qualquer um mais antenado perceberá tal doutrinação. Eu curso direito e bem sei como é isso. No entanto, também existe um conservadorismo execrável em muitos setores da sociedade onde manter o que já se encontra fincado como sendo o justo e verdadeiro tem sido o lema de muitos conservadores/liberais. E, por que ambos estão certos e errados? Bem, embora as ideologias façam parte de praticamente toda e qualquer sociedade e, portanto, impossível de evita-las, não respeitar aqueles que pensam diferentes (em especial ao pensamento de esquerda) impondo a todo custo tal ideologia é algo que não passa de uma ditadura. Já os conservadores embora tenham razão de que tal doutrinação fere o direito de liberdade, consciência e de crença art. 5º, VI e VIII (na verdade tanto a direita quanto à esquerda querem doutrinar. Só que cada um a seu modo), verdade é que tal conservadorismo na maioria das vezes deseja apenas continuar se perpetuando no poder mantendo as mesmas bases conservadoras, imperiais e “segregacionais” como vem fazendo os “senhores feudais” do PSDB e PMDB. Solução? De forma extremamente simplista da minha parte, creio que se deve sim continuar ensinando todas as ideologias, mesmo porque impossível é viver sem elas. Mas, permitir ao aluno que não queira ouvir a ideologia A ou B, a sair da sala sem sofrer retaliações (haja vista que muitos professores adoram retalhar opiniões contrárias as suas), é algo que realmente só tem a somar e não retirar...

Danilo D
Enviado por Danilo D em 14/08/2016
Reeditado em 16/08/2016
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