Joanna Maranhão e a Molecagem Política

Nada contra a faixa etária, a juventude, enfim. Acho a molecagem algo importante, faz parte da adolescência. É algo que os pais e os adultos em geral precisam saber lidar sem causar grandes traumas. Mas cá entre nós, ver marmanjo com atitude de moleque é feio demais.

Já não temos a beleza, a energia e a disposição da juventude, então temos que compensar com sabedoria, sensibilidade e espiritualidade. Por isto é deprimente ver adultos fazendo papel de moleque, ou seja, se permitindo comportamentos típicos de adolescentes e pessoas com pouca experiência de vida.

Alguns moleques de várias idades, inclusive com filhos e netos, acreditam que política se faz com base em destruição de reputação e mesmo ataques psicológicos. Eles não sabem argumentar e alguém os ensinou que basta desqualificar alguém que isto os dispensaria de contestar ideias.

É a opção de pessoas que possuem alguma dificuldade para articular ideias. Digo isto por que pessoas sérias não respeitam gente que usa ofensas como argumentos. É mais fácil desqualificar uma pessoa, a boataria, a maldade, a falta de caráter estão aí para mostrar como é, do que contestar os argumentos de uma pessoa.

Aparentemente encerra o assunto e dispensa de maiores aprofundamentos, mas na verdade é uma forma de fugir do debate de ideias mostrando que vale a pena discutir com a pessoa, mas só com a pessoa, por que as ideias continuam lá intocadas e ameaçadoras para os provocadores.

Vou dar um exemplo: Um carinha postou um vídeo falando mal do mestre X. Os discípulos do mestre X o avisam. Mestre X encarrega um conhecido seu de levantar a ficha a respeito do sujeito e constrói uma versão maldosa de fatos superficialmente descritos. Ele não vai debater com o carinha, ele vai desqualificá-lo para o debate, antes que ele possa argumentar de verdade.

Infelizmente, é mais fácil as pessoas agirem com base na confiança do que na base da demonstração. Já que muitas vezes não queremos pagar para ver e não nos resta outras alternativa. Mas hoje com a internet e acesso a conhecimentos isto se justifica muito pouco ao tratarmos de ideias e pessoas.

Pra ser mais didático, darei um exemplo mais simples. Em conflito bélico de infantaria, é aconselhável que se use sempre que houver ocasião a arma de artilharia sobre alvos perigosos ou onde se concentra os inimigos. Depois do ataque de artilharia, canhões e obuses, a infantaria avança, e a artilharia não ataca onde há o conflito corpo a corpo sob o risco de atingir os próprios soldados.

Assim fazem, os que temem o corpo a corpo, ou seja o debate limpo e racional. Eles ofendem, desgastam e desmoralizam o adversário. Depois se sobrar alguma coisa de sua reputação eles atacam. Primeiro fragilizam o adversário tanto em força quanto psicologicamente e depois procedem ao ataque final.

Relembrar ao adversário um trauma psicológico sofrido na infância como forma de atacá-lo é injustificável em termos éticos. Eu desafio qualquer um a me demonstrar como isto seria ético neste caso.

Precisamos amadurecer e entender que alguém ter um posicionamento político e ideológico não significa que temos que destruir a pessoa. Se sua ideia é boa convença! Você precisa de concordância dos outros para ter certeza do que acredita?

Por isto entendo molecagem política, não no sentido de desqualificar, mas por que a própria conduta da pessoa faz isto por ela. Basta analisarmos com atenção e não encontramos definições positivas para este tipo de conduta.

Wendel Alves Damasceno
Enviado por Wendel Alves Damasceno em 09/08/2016
Reeditado em 14/08/2016
Código do texto: T5723898
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