DANÇA DOS CORRUPTOS
Durante toda a minha existência acompanho o clamor dos seres humanos, no seu desejo universal, por exterminar este maldito procedimento, que corroi as sociedades, ao atingir principalmente, os de baixo poder aquisitivo, sofredores pelos desmandos ambiciosos de seus enganadores; seja nas administrações públicas ou privadas; de pequeno ou de grande porte, onde bailam as trocas de favores e os desvios de recursos de suas origens para satisfazer a vaidade dos poderosos. Do "Café com Leite" para cá, era café, era leite ou não se governava. Era uma panela que fervia para um grupo só, de cada vez... tanto assim, que a última eleição desse tipo não vingou, governando quem não se elegeu. Daí, por diante, entre nós, as gerações nascem corrompidas e conseguem se dar bem em todos os seus enlaces. É no poder público que encontramos os pontos mais flexíveis e vulneráveis em que os políticos e os que se tornam políticos armam seus alçapões e o povo cai. Diante do espetáculo deprimente dessa dança, o que observamos é mostrado para o mundo na incompetência escancarada de ser político, numa peça teatral mal ensaiada... basta ter astúcia para atrair a ignorância popular e chegar ao topo.
Ninguém aprende a respeitar o seu interlocutor; mesmo não entendendo nada do riscado, continua-se bancando seus sugadores com um diploma que lhe custa os "olhos da cara" e mais quatro anos de desenganos, sofrimentos e reclamações, pagos por momentos de emoções políticas e promessas desiludidas... a maldição nunca para de cair sobre seus ombros porque não quer entender o valor que tem o seu grito.