Cuspindo Para Cima

Eric do Vale

As postagens, em uma rede social, feitas por uma amiga minha sobre o momento político ao qual todos nós estamos vivenciando permitiram com que eu fizesse uma analogia do povo brasileiro com aqueles que crucificaram Jesus Cristo.

Aqueles que foram as ruas para manifestar o seu descontentamento com o antigo governo sequer sabiam direito o que estava se passando, dentro daquele contexto. Quem não se lembra daquela adolescente de dezessete anos que ao ser perguntada por um repórter sobre a razão dela estar participar daquela manifestação, utilizou frases desconexas como: “Eu sou o futuro... Eu sou da Direita e governo está muito ruim...”? Essas pessoas que se declararam opositoras a antiga gestão são as mesmas que, tempos atrás, clamavam por melhorias no aspecto social, político e econômico.

Bastou a ex-presidente cometer deslizes para que a “população brasileira”, influenciadas pelos meios de comunicação, a hostilizasse de tal maneira, que se esqueceram de que foi essa mesma mulher quem concedeu plenos poderes para que a Policia Federal investigasse sem sofrer intervenção de ninguém e o resultado está aí... A Polícia Federal nunca trabalhou tanto, como vem fazendo atualmente.

Essas mesmas pessoas que pediram a crucificação da Dilma Rousseff são na grande maioria, aquelas que se beneficiaram com os projetos sociais estabelecidos, durante a gestão do Partido dos Trabalhadores.

Muito mais do que um golpe, a retirada de Dilma Rousseff da presidência da República equipara-se aquela passagem bíblica, onde Pôncio Pilatos perguntou a população o que era mais conveniente: soltar Barrabás ou condenar Jesus de Nazaré? Foi assim que os “representantes do povo” agiram, ao darem o seu veredito.