Resistência
O Programa de Erradicação das Ferrovias no Brasil, de 1950, ajudou a colocar o país andando que nem caranguejo. Inacreditável, erradicação de ferrovias num país continental!
Deve ter sido mais um produto da apodrecida classe política brasileira, com seus inconfessáveis desígnios, objetivos e interesses, conforme deduzimos a partir das gravações das conversas mantidas entre Sérgio Machado e José Sarney.
Nessas gravações, observamos como são tratadas pessoas como o procurador Rodrigo Janot e o juiz Sérgio Moro. O primeiro é considerado mau caráter. O segundo é tido como "um cara que só fala besteira". O STF é acusado de ter rasgado a Constituição. Tudo isso por terem sido contrariados interesses de conhecidos caciques políticos.
Esses homens do Judiciário, procurando denunciar quem mereça ser denunciado e prender quem mereça ser preso, ao que se presume estão contribuindo para a depuração da classe política. Se esses homens fizerem algum tipo de acordo com os políticos que conhecemos, podemos estar certos de que serão infinitamente menores as chances de o país se reerguer.
Fizeram uso desse mesmo tipo de aleivosias certos políticos petistas e seus defensores no transcurso da AP 470 – o Mensalão. É só lembrar da figura de Joaquim Barbosa, ex-presidente do STF.
Se Janot e Moro exorbitam, cabem a indignação e a reprovação da crítica severa. Mas se eles cumprem com o seu dever, independente da coloração dos partidos políticos e da grandiosidade dos empresários, cabem o aplauso e o incentivo. E a esperança de uma Justiça maior.
Rio, 26/05/2016