DEMOCRACIA AOS GOVERNANTES, TIRANIA PARA OS GOVERNADOS

O termo democracia é paradoxal, pelo menos na concepção tupiniquim. A democracia funciona muito bem nos gabinetes da Câmara e do Senado, funciona também nos diversos departamentos do Planalto, dos palácios provinciais e nas assembleias legislativas.

A bela etimologia remete a uma ideia nobre e pura: demo=povo; cracia=governo. A nomenclatura remete a uma ideia de governo do povo, ou seja, constituído pelo povo e para todo o povo. Porém, em nosso contexto a democracia não é para o povo, é desviada para a liberdade de outros fins. -É apenas para os que governam e para os que se acoutam nas fímbrias do Poder.

Entretanto, podemos perceber que a democracia DE CÁ nada difere de uma aristocracia (onde os que são elevados ao poder governam exclusivamente para si mesmos) daquela lá da Idade Média.

O mundo está enriquecendo muito depressa com o dinheiro oriundo de armas, de drogas e de desvios de dinheiro público. O Brasil só foge à regra porque esse processo, por cá, está mais acelerado. A concentração de riqueza em pequenos grupos por cá, é também estrondosamente maior que no resto do mundo. E, espantosamente, toda essa riqueza não promove bem-estar geral, pelo contrário, a degradação e a miséria da imensa maioria são claras e crescentes. A inércia que a enorme concentração de fortuna promove é tão estranha que a própria ciência da economia não consegue explicar.

Assistimos, aliás, a um festival de escândalos na política brasileira. Governos caindo, presidentes, deputados, senadores, sendo flagrados com a mão nos cofres públicos. Até onde vamos assistir impassivos tamanha roubalheira?

Joel de Sá
Enviado por Joel de Sá em 24/05/2016
Reeditado em 24/05/2016
Código do texto: T5645488
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