= COMO AS HISTÓRIAS SE REPETEM =
Quando criança meu velho pai, todas as noites, nos contava histórias. Nossa... eu adorava! Eram noites de lindos sonhos com princesas, ou de pesadelos, com bruxas e mau feitores.
O bem sempre derrotava as bruxas e os malvados, lutas do bem contra o mal. Nestes contos o bem sempre vencia.
Acho que sou uma pessoa muito saudosista! Não sei se este é termo correto, mas vi que nestas estórias, narradas, brilhantemente, pelo meu pai, havia um fundo filosófico donde tudo que é mal por si se destrói.
Bem voltemos ao título (como as histórias se repetem):
Certa noite, meu pai nos contou a estória de Ali Babá e os quarenta ladrões. Adorei! Ela nos mostrava o egoísmo do irmão de Ali, a maldade dos quarenta ladrões e a eficiência da criada do protagonista. O certo é que, no final, cada um teve o que mereceu. Dizem que “quem rouba ladrão tem cem anos de perdão” mas não acredito nisso.
Hoje assisto, com tristeza, alguma semelhança no dia a dia dos políticos. O atual (não meu) Presidente da República tem formado seu ministério e recrutando seus aliados a dedo, de preferência investigados e sujos para o seu governo.
Como podemos aceitar que Eduardo Cunha continue mandando visivelmente em nosso País??? Ao que parece, temos uma maioria com “rabo preso” para com o afastado ministro. É bem semelhante aos nossos prisioneiros, que embora presos, ainda comandam o crime organizado (e que organização!).
Eduardo coloca qualquer um destes chefes do crime no chinelo. (Que pena, ele ainda se diz evangélico) Deve ser uma grande tristeza para os seus irmãos de fé! Precisa ser exorcizado!!!
Tenho me questionado a respeito das autoridades do nosso país de modo geral, e quero que acompanhem o meu raciocínio: Pessoa como o Azeredo, que ainda hoje se encontra livre. Quantos outros de partidos diferentes foram presos pelo mesmo crime? Um helicóptero encontrado, cheio de drogas, de propriedade de políticos. Não sei se a investigação seria de competência da Polícia Federal ou de outros órgãos, acho mesmo que é de competência do bando partidário. O criminoso com certeza era o mordomo, ou melhor, o piloto, isto pode ter sido mesmo, eles tem toda a liberdade de traficar o que eles quiserem. Nossos ex, graças a Deus, governador de Estado de Minas Gerais, senhor Aécio Neves, com tantos processos, um aeroporto feito, com dinheiro nosso, mas de uso restrito, sem nunca ter sido investigada a sua verdadeira função, diz o PSDB, “a nega é minha ninguém tasca eu vi primeiro”.
Se a justiça é para todos, e ninguém é imune, segundo a constituição, me respondam, por que tem uma corja do PSDB, PMDB e talvez em outros partidos que são blindados, que nada os atinge? Eu acredito que, se o Presidente fosse uma pessoa honesta, decente, certamente buscaria dentro dos partidos pessoas honestas e competentes, o que eu acredito existam muitos em alguns partidos.
Bom, voltemos em Ali Babá. Acho que o Michel Temer, que é para temer mesmo, se fosse o chefe do bando, o que chego a duvidar, não correria mais o risco de ficar dento dos barris de azeite. Enquanto não tivermos uma justiça igualitária, não encontraremos uma criada inteligente e ativa aos movimentos, para derramar azeite quente neste bando de corruptos.
Quando eu era criança, há mais de cinqüenta anos atrás, eu me perguntava: como conseguiram agrupar quarenta ladrões? Eram ladrões demais para minha pequena cabeça, pois eu vivia em uma cidade pacata de boas pessoas, onde não se via falar em ladrões, apenas de galinhas.
Fico pensando cá com meus botões, como o presidente vai fazer para escolher a sua “turma” se, ao que me parece, são quase duzentos envolvidos em corrupção? Acho que a história mencionada evoluiu, os princípios de éticas, o brio, o orgulho de ser uma pessoa íntegra e honesta se escafederam. O que realmente importa é o poder e o dinheiro. É realmente lamentável ter que contar esta história, em nova versão para os nossos filhos e netos.
Mas digo, cuidado!!! A qualquer hora poderá aparecer uma criada de Ali Babá e acabar com a farra!
Antônio José Tavares.