A Democracia ameaçada
O Brasil vive um momento explosivo. As manifestações de ódio e intolerância estão por aí, mescladas aos lamentos dos que apenas almejam a paz, prosperidade e um viver tranquilo num estado realmente ao império das leis. O clamor por Justiça é visto nas ruas, no retinir das panelas, e, com maior vigor, nos brados viris dos que exigem o fim de uma corrupção financeira e moral que infecta as instituições.
Pode ser exagero, mas falam até em contenda civil, em invasão do solo pátrio por países fronteiriços, promovida por “líderes” que apregoam a defesa de “la democrácia” nas américas. Forças de natureza assim tão nefastas parecem conspirar por um embate derradeiro entre o vermelho-sangue e o verde e amarelo que tanto aprendemos a amar ao longo da nossa formação cívica.
A ameaça à Democracia parece ser real e isso naturalmente nos põe de sobreaviso. Não podemos deixar que uns poucos aloprados provoquem um desastre de tais proporções ao nosso querido Brasil, por nossa honra própria e em honra daquelas gerações que ainda virão. Somos todos responsáveis pelo que aconteça a esta terra abençoada, herdada livre de nossos pais.
Mas, o que podemos fazer? Nós, pobres cidadãos, de índole pacifista e afastados da prática de ideologias e manobras políticas, por vezes rasteiras e criminosas?
Podemos fazer muito; muito, mesmo. Como o elefante, não temos ciência das próprias forças, mas as descobriremos dentro de nós, medidas em megatons, no momento exato em que a cusparada derradeira atingir em cheio a nossa face.
Podemos fazer muito, sim. Desde o descascar de uma batata, o pregar de um botão dourado, ao empunhar de uma lança. Tal o beija-flor, que com suas idas e vindas procurava apagar o incêndio da floresta, levando ínfima quantidade de água, podemos improvisar, usar da criatividade nata em cada um de nós, mas jamais ficar silentes ou acovardar diante de desmandos e da ação de forças malignas.
Uma andorinha só não faz verão. Mas, milhões delas...