BYE BYE BRAZIL

BYE BYE BRAZIL

Antônio Mesquita Galvão

A mídia nacional deu ênfase, nas últimas semanas à iniciativa de alguns brasileiros, a maioria “coxinhas”, em se transferir para os Estados Unidos para fugir da corrupção, da violência e da insegurança que grassa no Brasil. O destino prioritário desses é Miami, a mais latina das cidades americanas. Um jornal da capital fez uma extensa reportagem, de várias páginas, a respeito dos brasileiros que, pelos motivos acima se mudaram para a ensolarada Flórida.

As reportagens mostram gente morando de belos apartamentos frente mar, andando em carrões e desfrutando vida de nababo, como se lá fosse a terra onde corre leite e mel, o novo Eldorado, onde se tropeça em pepitas de ouro. As matérias são sofistas e ideologicamente tendenciosas, como a dizer que os migrantes para as terras americanas para lá fogem por conta dos problemas oficiais do nosso país, como se lá não houvesse os mesmos desmandos que pululam por aqui. Quem conhece a terra do Tio Sam sabe que tudo o que temos aqui, violência e corrupção também existe por lá. Eu até acho que Miami é mais violenta que Rio, São Paulo ou Porto Alegre. Acontece que a imprensa de lá se ocupa com outras coisas e não explora só crimes, sequestros e assaltos.

Além disto, o sofisma das reportagens brasileiras chega a induzir a escumalha que lá o emprego é fácil, a vida é barata e aquisição de imóveis e carros é uma barbada, o que não é verdade. Ir morar na Flórida, e em especial em Miami é para quem tem muito dinheiro e precisa enfrentar a dura concorrência de americanos e hispânicos. Aqueles que foram mostrados em belos apartamentos beira-mar, automóveis estratosféricos ou sítios cinematográficos, não se fizeram lá, mas adquiriram aqueles bens em fortunas – sabe-se lá como – amealhadas por aqui, locupletando-se nesse Brasil cheio de problemas, que agora querem virar as costas, problemas esses que eles mesmos, certamente, para enriquecer, contribuíram. Não pensemos que alguém da escumalha, que vive aqui na curumilhagem, vai para lá e fica rico. Tem gente que vai pra lá e depois que o dinheiro se acaba, que perdem os apartamentos e os carros saem da moda, vão terminar lavando pratos em restaurantes italianos. Sim, pois lá ninguém ganha no mole; tem que ralar...

Um exemplo disso é a filha da Xuxa. Vai fazer faculdade nos

Estados Unidos, com a fortuna que a mãe ajuntou por aqui explorando o deslumbramento dos “baixinhos” e a ingenuidade dos pais. Uma filha de lavadeira, por carente, jamais iria morar ou estudar fora. O Brasil não presta, segundo muitos, mas dá o aporte econômico para tantos trânsfugas irem se refestelar no exterior.

O autor é Escritor, Filósofo e Moralista (Pós-Graduado em Teologia Moral)

Antônio Mesquita Galvão
Enviado por Antônio Mesquita Galvão em 03/05/2016
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