Sobre monstruosidades
Se tentarmos imaginar as piores monstruosidades que possam acontecer conosco, talvez imaginemos nos deparar com feras, como leões, tigres, ou onças. Encontros com tais criaturas seriam apavorantes.
Muitos temeriam, mais que isso, se deparar com fantasmas, lobisomens, bruxas, ou demais criaturas mitológicas.
Outros teriam em seres advindos das telas de cinema, como o predador, aliens e outros ETs, o auge de seus pavores.
Vespas ou aranhas gigantes, talvez superassem todos esses.
Podemos, assim, imaginar uma longa lista de seres apavorantes de todos os tipos, criaturas aterrorizantes, cada uma que analisamos parecendo pior que a anterior, compondo um conjunto de criaturas bizarras tão mais assustadoras quanto possa ser nossa proximidade com elas, impossibilitando a escolha da pior entre todas, da mais hedionda.
Penso ter descoberto, dentre todas as criaturas imagináveis, tenham elas advindo de histórias de terror, do cinema ou de pesadelos, qual seja a mais abominável!
A criatura mais execrável que consigo imaginar é a figura de um torturador. Todos os outros monstros aventados são aterrorizantes, mas, não sendo humanos, nenhum deles sabe o que sentimos com a precisão de um torturador, que, além disso tem como propósito causar a dor e o sofrimento, protelando ao máximo a desgraça de sua vítima.
Por essa razão, nenhuma dessas criaturas pavorosas se iguala a um torturador, pois nenhum pavor será causado por qualquer delas que não possa ser superado por um monstro capaz de saber o que sentimos. Assim sendo, o torturador é o pior de todos os monstros, o mais apavorante e execrável de todos os demônios imagináveis.
Trata-se de criatura sumamente abominável e doentia.
Com o intuito provável de se caracterizar como um dos grandes vilões do planeta, durante a etapa do golpe em curso travestida na votação do impedimento da presidente Dilma, um deputado imbecil fez uma apologia de uma dessas criaturas, um dos monstros mais apavorantes que já existiu, criatura capaz de figurar nos pesadelos mais sórdidos.
A simples alusão a criaturas tão doentias, mesmo à distância, causa náuseas. Nauseantes, o deputado e o torturador, ao longe. Aterrorizantes de perto.