COMISSÃO DE IMPEACHMENT, EXEMPLOS DE DEMAGOGIA
Em 27 de setembro de 2014 escrevi o artigo "DEMOCRACIA DEGENERA PARA A DEMAGOGIA". Reproduzo-o agora, por oportuno, na íntegra, lembrando o vídeo da Comissão de Impeachment reunida em Brasília - dia 11/04/2016 -, que nos trouxe vergonhosos exemplos do termo "Demagogia". Analisemo-los. Boa leitura:
"Democracia e Demagogia são palavras de origem grega:
DEMO (povo);
CRACIA (governo);
AGOGO (líder).
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DEMOCRACIA: governo do povo; regime político (ou doutrina) que tem como princípio a soberania popular. O povo elege seus representantes, os quais participam, equitativamente, da distribuição do poder.
Em suma: a democracia é um regime de governo fundamentado essencialmente na liberdade do ato eleitoral, na divisão dos poderes e no controle e fiscalização dos que detêm legitimamente esses poderes.
Ainda são próprios da democracia: a liberdade de expressão e os artifícios apelativos surgidos até mesmo de um poder maior, ou concorrente (o poder de greve; o dos grupos organizados em passeatas aleatórias ou de entidades de classe e, acima de tudo, o poder econômico – escolhidos aqui como exemplos).
À liberdade de expressão e aos artifícios apelativos, frequentes e, de alguma forma, preocupantes em sua época, Aristóteles chamou de “corrupção da democracia”. É que, para ele, a política está inseparavelmente ligada à moral, sendo o fim último do Estado a virtude, a formação moral dos seus cidadãos.
A moral e a ética - que fazem parte da formação do cidadão - têm a ver, essencialmente, com o indivíduo.
A política (a autoridade, a estrutura constitucional do Estado, o cuidado com a coisa pública: projeto, programação, execução e fiscalização), tem como principal objetivo a coletividade.
Dessa forma, na democracia, o Estado se sobressai como superior ao indivíduo, assim como o bem comum se destaca como superior ao bem particular.
O homem é, portanto e por natureza, um animal social e político. Seu aperfeiçoamento (ético, moral, intelectual, espiritual) depende da sociedade (do Estado).
Aristóteles ainda classifica o poder com seus possíveis e respectivos níveis de degenerescência:
- o governo de um só, caracterizado pelas ditaduras, degenera para a tortura, a tirania;
- o governo de poucos, caracterizado pela aristocracia, degenera para a oligarquia;
- o governo de muitos (democracia), caracterizado pelo uso da liberdade (legalmente limitada), degenera para a demagogia.
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DEMAGOGIA: originalmente, significava falar ou atuar em nome do povo. Os vassalos, com palavras bonitas, se aproximavam dos reis para interceder em favor do povo. No caso, atuavam como líderes. Essas petições, pouco e pouco, foram se degenerando (com a invocação dos deuses, espíritos, preces, genuflexões, apelo às lágrimas, apresentação e representação dos órfãos chorando suas perdas, além de gesticulações ousadas, a fim de sensibilizar os reis), tanto que o termo – demagogia – assumiu, daí até nossos tempos, conotação pejorativa.
Demagogia é, por conseguinte, a corrupção da democracia. Nessa acepção, qualquer demagogo pode ser classificado como corrupto. Para todo efeito, ele está enganando os seus ouvintes: com promessas que não pode cumprir; com poesias e palavras bonitas em campanhas eleitorais, a fim de sensibilizar e aliciar o eleitorado, além de outras técnicas (como o uso de vassouras para varrer os corruptos, por exemplo, sendo ele o próprio). "Não se diz que um cão é bom simplesmente porque ele late bem" (Fritjof Capra).
Também é tática dos demagogos, aparentar humildade ou honestidade com o intuito de obter favores pouco claros. E, o pior: martirizar-se em público, ou comparar-se a um mártir, ou compadecer-se de si e do seu passado pobre, com o fito de obter a admiração dos outros.
Finalmente, agressões físicas ou ofensas de caráter pessoal, às vezes até exibindo a musculatura ou alguma outra arma, dão os sinais que marcam muito bem um autêntico demagogo – ou melhor -, um corrupto que se autodenomina “democrata”.
Evitemo-los".