A VELHA MÚSICA DE SEMPRE

É a velha música de sempre: Eua se apresentam como mediadores de uma crise que ninguém vê, e relatam imperfeições em um sistema cujo pecado é não adotar o modelo americano de eleição indireta (p'ra quem não sabe, a eleição presidencial, lá, é indireta, funcionando como um bingo eleitoreiro no primeiro turno, decidindo-se no segundo com os candidatos que mais delegados amealharem segundo o critério de proporcionalidade que submete Estados (lá é com maiúscula) mais populosos a um critério que reduz representatividade). Na verdade, os EUA chamam democracia a um sistema de extensa e intensa invasão de privacidade, no qual cidadania é a face canalha do dedurismo, e o vizinho vive de bisbilhotar o outro para chantageá-lo em um sistema judicial-policialesco que privilegia a extorsão. Este modelo de democracia caracterizado pela discriminação e pelo racismo dos que juram não discriminar em nome da não-exclusão, encontra formato em um sistema de capitalistas cada vez mais medonhamente ricos às custas dos cada vez mais ridiculamente pobres, antes os negros, e agora os novos negros da exploração: latinos, africanos, asiáticos de países periféricos (os gatos-do-mato asiáticos). Lá, você vale o quanto tem, grana é sinônimo de caráter (sai na rua e repete o que diz o Trump, e vai conhecer a vida carcerária americana, o american way of hell). Esta maravilha, de petrolíferas aliadas a financistas anormais, determina o tipo de vida que acham plenamente exportável, e que se indignam quando algum povo ou liderança não aceita um caminho rumo à Felicidade que se hoje é comprado pelas gigantes do petróleo aliadas aos investidores de casaca com as migalhas atiradas aos pombos, docemente chamados pela mídia, de sociedade de consumo, os primeiros chegando ao que são, por causa de assaltos a bancos, trens e gado, os segundos, por descenderem da boa e velha prostituição dos saloons, e do tráfico ilegal de whisky. Ou seja: a nata da democracia mundial