QUEM ROUBA MILHÕES, MATA MILHÕES

Ninguém é perfeito, isso é um fato. Todos os seres humanos já erraram antes e ainda voltarão a errar outras vezes. Há um texto circulando na internet, com milhares de compartilhamentos, que tenta justificar a corrupção que acontece em Brasília com a corrupção humana do nosso dia a dia.

O grande problema desse tipo de argumentação é quando comparam quem furou uma fila ou quem roubou uma caneta, com quem desviou milhões de reais de verbas da saúde, por exemplo, e usa isso pra justificar suas escolhas políticas. Se todos os "erros" humanos tivessem o mesmo tamanho e as mesmas implicações, teríamos penas únicas em nosso sistema judiciário. Isso acontece? Claro que não. Quem desvia verbas da saúde a da educação é responsável por mortes no presente e no futuro, o mesmo não acontece com quem rouba uma caneta. Quem tenta se justificar usando esses argumentos é, pra dizer o mínimo, um desonesto intelectual.

O mais interessante de tudo é que as pessoas em questão nunca se colocam entre os que erram, entre os que furam a fila ou roubam a caneta. São sempre "os outros" que fazem isso. O pronome de tratamento utilizado nesses textos é sempre o "VOCÊ".

Já disse o Procurador da Justiça Deltan Dallagnol: "Quem rouba milhões, mata milhões". E se você não estivesse tão cegamente empenhado em defender o erro, saberia disso.