REVOLUÇÃO DE MARÇO - 1964

ANIVERSÁRIO DA REVOLUÇÃO -

Nenhuma pessoa dotada de mediano senso crítico vai negar que houve excessos por parte do Governo Militar no período de 1964 a 1985: Mortes, torturas, prisões de artistas inocentes e desaparecimentos de jovens idealistas, são realidades que emergem de maneira incontestável.

"Nenhum povo tem a consciência de seu destino e a certeza do seu valor se ignora seu passado”. Não se pode negar, pois, que o dia 31 de março de 1964 é um passado que nunca passa, porque o passado não é o que passou; é o que ficou do passado... Os familiares dos mortos e desaparecidos, ensimesmados na dor, não podem, de maneira alguma, esquecer esse passado inglório.

Não queremos esse "passado", muito menos esse "presente". Posso falar de cátedra, pois vivenciei as opressões desse passado. Entretanto, jamais imaginei pensar que os anos seguintes, digo os atuais, seriam também de chumbo. (um fogo amigo que também mata)

A liberdade que conquistamos com as eleições diretas e com a abertura do Congresso, nos trouxe outro tipo de ditadura. Uma ditadura travestida de democracia, com plenos direitos de poder roubar, matar, corromper, mentir, enganar e traficar influência. Uma liberdade ampla e irrestrita para corruptos, corruptores e hipócritas.

Conquistamos, também, a liberdade de viver trancado dentro de casa, por detrás das grades de segurança e de usar carros blindados, porque o governo não nos oferece proteção.

No governo militar, bandidos não usavam armas pesadas nem fazia carreira como bandidos. Hoje, vê-se tiroteios de quadrilhas e quadrilheiros, guerra de gangues e traficantes, policiais morrendo assassinados, Exército nas ruas e nos morros, traficantes usando "toque de recolher" e loteando a cidade.

Violência de toda ordem e muita hipocrisia. Vivemos em uma terra sem lei; assistimos diariamente massacres, chacinas e seqüestros em todos os cantos do país. O Brasil tornou-se o país da impunidade, onde o crime compensa, o criminoso é conhecido, recompensado e transformado em herói. Aqui, os bandidos de colarinhos italianos fazem leis para si, organizam “mensalões” e vendem sentenças.

Os bandidos comandam os crimes de dentro das prisões e ninguém toma nenhuma providência. Fazendas são invadidas, lavouras destruídas e o gado saqueados por um grupo chamado de MST, que até hoje não conseguiram as terras prometidas pelo governo que defendem há13 anos.

Enquanto isso, a população ordeira vive prisioneira do medo, refém da impunidade e/ou da bandidagem organizada e institucionalizada pelo poder central. No governo militar vivemos “anos de chumbo”; e nesse governo, será que vivemos anos de paz? Vivemos anos de liberdade? Que tipo de vida vivemos hoje?.. Posso assegurar que os militares eram mais honestos.

"Se é a vontade do povo brasileiro eu promoverei a Abertura Política no Brasil. Mas chegará um tempo que o povo sentirá saudade do Regime Militar. Pois muitos desses que lideram o fim do Regime não estão visando o bem do povo, mas sim seus próprios interesses."

Jamais imaginei que um dia eu fosse concordar com e esta frase do General Ernesto Geisel. Triste admitir: Mas vivemos hoje, tempo da falsidade, da mentira, da canalhice, da falência das instituições e inversão de valores: Criminosos querendo processar Juízes, bandidos querendo prender polícia.

Concluo dizendo: O passado foi ruim; o presente está péssimo; o futuro só Deus saberá. Queira Deus que não seja apocalíptico.

Manoel Lobo.

Manoel Rocha Lobo
Enviado por Manoel Rocha Lobo em 31/03/2016
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