Manifesto ( 13/03/2016)
Quando adolescente, em protesto, eu saia ás ruas, com pedaços de carvão, escrevendo em muros palavras de ordem.
A Cavalaria Militar, com seus capacetes parecendo pinicos sujos, a Guarda Civil com seu uniforme azul e quepe de abas pretas, os abismados verdes soldados do exército, não eram páreo para minha (... nossa) coragem e argúcia.
Orgulho-me deste insano momento...
Hoje, transversalmente por redes sociais, meios de comunicação múltiplos, conclama-se para manifesto publico.
A elite estará presente, com seus cachorrinhos e gatinhos peludos que foram levados á requintados Pet Shop, as madamas colocarão em suas bolsas o mais caro protetor solar e a Babá foi contratada para cuidar de seus filhos, com orientação para não deixar que vejam aquela bagunça.
Os veículos da família ocultados pelo receio de o depredarem, a camisa com as cores de nossa manchada bandeira foi adquirida nos Estados Unidos e não se esqueceram de colocarem os “paraguaios” óculos de sol, pois o Ray Ban Lois Vuitton pode ser roubado por algum assistido do Bolsa Família.
Caso não haja tumulto, passearão com tranqüilidade pela avenida!...
A CUT, o MST e vários outros grupos chegarão por ônibus fretados, com direito a pão com salame e refrigerante Del Rey; gritos de ordem decorados e orientação que as bandeiras e camisas deverão ser devolvidas após o evento e então os 30 reais serão pagos.
A ordem é que não se intimidem e enfrentem, pois advogados estão a postos e nada pode acontecer a eles. Caso algum MILITANTE seja preso, todos deverão gritar covardes e fazerem se vítimas.
Certamente os valores foram invertidos, a preocupação maior está naqueles que muito tem e isto advém o medo da perda.
Estarei presente, como faço sempre, mesmo saudosista dos tempos de manifestações mais autênticas e que a participação era de intuitos comuns, objetivos claros e não uma luta de classes sociais.
Que tenha ORDEM, pois PROGRESSO não existe mais...