Por que Dilma convidou Lula para um dos ministérios? Por que ele reluta em aceitar? Por que ela não insiste para ele aceitar?
Amigos,
Muito se tem especulado a respeito da relutância do ex-presidente em aceitar o convite da presidente para chefiar um dos seus ministérios...(um MISTÉRIO?).
E um dos motivos de tal especulação é o fato de que a eventual aceitação dele seria uma solução mutuamente interes- sante : a) para ele, pela possibilidade de escapar, pelo menos momen-taneamente, do cerco que lhe tem sido imposto pela Operação Lava-Jato; b) para ela, pelo fato de que, ele eventualmente fazendo parte da equipe ministerial, talvez conseguisse arregimentar apoios de diversas agremiações políticas para o governo, do que ela tanto neces-sita no momento.
Porém, é também paradoxalmente visível a não insistência da presidente em convencer o seu ex-chefe a aceitar a o-
ferta por ela feita.
E é sobre essa "encruzilhada" política que, ora, se
vislumbra, que passamos a discorrer :
1) POR QUE DILMA NÃO TEM SE EMPENHADO
COM MAIS ÊNFASE PARA QUE LULA ACEITE
O MINISTÉRIO.
O motivo parece-nos elementar e cristalino : se
sem Lula em seu ministério o poder decisório da presidente já é prati-
camente inexistente, a eventual vinda do Lula para a sua equipe iria
esvaziar ainda mais o pouco do poder que ainda resta a ela : O Lula
é quem passaria a "dar as cartas" no governo, levando-a à condição de mera figura decorativa da república.
E isso (de que ela tem consciência) obviamente
ela não deseja que ocorra.
Por que, então, ela tomou a iniciativa de fazer
ou confirmar o convite feito a ele para ser ministro ?
Meras conveniências para o momento: a) uma
forma de demonstrar solidariedade ao Lula (face à pressão da Lava-
Jato) e para fazer uma "média" (eu disse MÉDIA) com o PT que, ulti-
mamente vive às turras com ela e, com a presença do Lula lá, talvez
diminuísse o ímpeto da insatisfação petista para com ela.
2o. : POR QUE A RELUTÂNCIA DO LULA EM ACEI-
TAR O CONVITE PARA O MINISTÉRIO :
Como o próprio se autointitulou recentemente
("jararaca"), Lula é COBRA-criada. Ele sabe as implicações extrema-
mente negativas que sua aceitação ao convite lhe acarretariam politi-
camente falando :
Na avaliação dele (que ele não torna pública,
por motivos óbvios), há mais riscos para ele, no caso de aceitar o con-
vite, do que o perigo que o ronda, com o prosseguimento da Operação Lava-Jato.
Veja se lhe parece pertinente o nosso ponto de vista :
A condução coercitiva dele, recentemente, para prestar depoimento e, logo a seguir, o pedido de prisão proposto pelo promotor de São Paulo fizeram de Lula uma "vítima de injustiça", ati-
çando a seu favor a militância petista (até então, na defensiva) contra as instituições em geral.
E isso era tudo de que Lula necessitava para sair da difícil situação em que politicamente se encontrava. E tais fatos, é bem provável, conseguiram dar um novo gás à pretensão dele em se lançar candidato a presidente em 2018 (isso, obviamente, se até lá ele não for apanhado, de forma irreversível, pela Operação La-
va-Jato).
Lula também tem plena consciência de que o governo da Dilma ou é um moribundo nos últimos estertores ou já um cadáver insepulto e, como tal (em face também dos altos índices de
rejeição popular) sem chances de recuperação no curto ou médio pra-
zos.
E ele embarcando num navio assim à deriva e sitiado por 2 pedidos de impeachment e, na hipótese de um deles prosperar, aí estaria irremediavelmente decretado o fim político do ex-presidente.