Apelo à reflexão para o Governador Rui Costa.

Ultimamente o governo estadual adotou duas medidas, cujas consequências passamos a refletir (e esperamos que ele e/ou seus secretários da pasta específica também reflitam sobre os reflexos delas...)

PRIMEIRA MEDIDA :

UNIFICAÇÃO DA DATA DE PAGAMENTO AO FUNCIONALISMO.

Pelo que nos foi dado a conhecer, já vigorava há mais de 30 anos a prática do desmembramento em DOIS LOTES, para fins de pagamento do funcionalismo estadual.

E qual teria sido um dos motivos para tal desmembramen-

to na época em que foi implantado? Para evitar uma aglomeração muito grande num mesmo dia nas agências bancárias incumbidas de tal pagamento ao funcionalismo (não esquecer que dentre esses funcionários, há milhares de aposentados e pensionistas, idosos e aqueles que ainda não se familiarizaram com a tecnologia (operarem os caixas eletrônicos), fazendo com que, para receberem seu salário, eles tenham que aguardar pacientemente, em filas quilométricas, até serem atendidos pelos funcionários do banco.

Se com a prática anterior (divisão em dois lotes), no dia de pagamento de cada lote as agências já ficavam superlotadas, imagine a partir de agora, quando o funcionalismo passará a receber numa mesma data, para atender essa unificação...

Então, o item "CONGESTIONAMENTO HUMANO" nas agên-

cias seria a primeira consequência negativa decorrente dessa altera-

ção.

O segundo ponto negativo decorrente dessa medida é o fa-

to de que, BASEADO EM TAL DATA DE RECEBIMENTO que já vigorava

há anos, os funcionários que recebiam no lote 1 (primeiro dia), JÁ HAVIAM ACERTADO ESSA DATA PARA VENCIMENTO DE MUITOS DE SEUS COMPROMISSOS (cartão de crédito, contas de luz....). E o não pagamento desses compromissos na data com a qual os funcionários já estavam acostumados vai trazer-lhes, além do inconveniente já citado no item anterior, também PREJUÍZO FINANCEIRO : o não pagamento de qualquer compromisso na data do vencimento acarreta ACRÉSCIMO NO VALOR DO PRÓXIMO VENCIMENTO (multa, juros de mora, encargos...).

Resumo da "ópera" :

- Para o governo, essa alteração não traz qualquer benefício significativo, de ordem financeira;

- Para quem recebia antes no lote 2, nenhuma vantagem houve; e

- Para quem recebia antes no lote 1, os pontos negativos de tal medi-

da já estão listados acima.

(Detalhe : a princípio, para fins de isonomia, até SERIA justificada tal medida : o funcionalismo é um só e, como tal, seu pagamento também deveria ser num mesmo dia.

Mas, se isso tivesse de ser implantado - para atender essa exigência isonômica - que fosse feito com planeja-mento e com uma antecedência razoável para que os envolvidos no problema (principalmente os do lote 1) tivessem tempo suficiente para solicitar alterações de vencimento de seus compromissos com seus credores).

SEGUNDA MEDIDA :

O DESABASTECIMENTO P R O P O S I T A L da Cesta

do Povo.

É provável que o Governador e seus assessores financeiros ainda não tenham se dado conta das GRAVÍSSIMAS conse-

quências provocadas pelo gradual desabastecimento das lojas da Ces-

ta do Povo até que elas sejam transferidas para um novo titular.

Ontem, quando estivemos na loja do Ogunjá (a que habitualmente sempre teve o maior estoque dentre todas as demais lojas) para vermos O QUE AINDA PODERIA ENCONTRAR PARA COM-PRAR, o quadro com o qual nos deparamos foi este :

Feijão : não tem; arroz : não tem; açúcar : não tem; óleo de comida : não tem; sabonete : não tem; creme dental : não tem; carne - de qualquer tipo - : não tem (só frango inteiro, que acabou se esgotando em poucos minutos); margarina : não tem....e a esses produtos se segue uma lista interminável.

Agora, o inconcebível :

Cerveja tem ? TEM SIM, SENHOR ! E NA QUANTIDADE DESEJADA PELO CLIENTE!

É brincadeira uma coisa dessas ? Só pode...

Quase fomos às lágrimas ao presenciarmos alguns idosos

chorando, diante da falta de praticamente todos os produtos de primeira necessidade. E por que choravam ? Muitos daqueles idosos,

com o desemprego que grassa no país por essa crise, têm sido a tábua de salvação de muitos de seus filhos casados, ora desempregados e que estão alojados (marido, mulher, filhos... ) na casa desses idosos,

funcionários públicos estaduais.

E que alternativa restaria a esses idosos (a maioria re-

cebendo ou o ou em torno de um salário mínimo) para passarem o mês e ainda ajudarem seus filhos desempregados ? Não esquecer que

os salários ATÉ DE FEVEREIRO - que ainda não foi pago - dessas pessoas (assim como de todos os funcionários que usam o crédito alimentar da Cesta do Povo) já se acha comprometido pelas compras feitas por esses funcionários em final de dezembro.

Este é o retrato e situação dessas pessoas :

Praticamente sem saldo de salário (o que restou no saldo bancário é para pagar água, luz, gás, remédio) e sem manti-mentos para atravessarem o mês, como fazer ?

Reflita sobre isso, governador, e autorize o imediato reabastecimento das lojas para evitar um mal maior a essa população

já tão sofrida e que depende da Cesta do Povo.

Oportuno deixar claro que, na condição de pessoa mini-

mamente esclarecida, até poderíamos entender as razões técnicas do

governo para adotar tal medida (não renovar o estoque de alimentos das lojas da Cesta), uma vez que a Ebal está em vias de ser transferida para novos proprietários. Mas que, até que isso ocorra, as pessoas que dependem da Cesta do Povo não fiquem tão desassistidas naquilo que é O BÁSICO DO BÁSICO : c o m i d a !

"AUSTERIDADE" forma, neste contexto, uma rima des-prezível com "INSENSIBILIDADE".

Pense nisso, governador...

pedralis
Enviado por pedralis em 02/02/2016
Código do texto: T5531101
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