Os mais de dois milhões de pessoas de que estão nas cadeias e penitenciárias do país são todas inocentes. São vítimas de um sistema judiciário injusto, de erros jurídicos, de advogados incompetentes e outras coisas mais. Se fizermos uma pesquisa entre todos os presidiários do país não acharemos um só que se considere culpado.
Isso vale para o Congresso Nacional, as Assembleias Legislativas estaduais e Câmaras municipais também. Nessas casas legislativas só encontraremos gente honesta, proba, ética e decente que nunca meteu a mão no dinheiro público, nunca usou o cargo em benefício próprio, nem para praticar tráfico de influência, arrumar emprego para os parentes, etc.
Por isso não estranha o Lula dizer que não existe no mundo alma viva que seja mais honesta do que ele. Cândida Inocência! De que mundo estava falando ele não disse. Se estiver se referindo ao mundo da política brasileira talvez tenha razão.
Os políticos tem uma noção de ética e decência que nem o Aurélio conseguiu achar o termo certo para defini-la em seu dicionário. Isso porque, na política brasileira, todo culpado é inocente, mesmo que se prove o contrário. Na opinião do Lula, por exemplo, montar um esquema criminoso para perpetuar-se no poder é honesto. Traficar influência para garantir obras para empreiteiros amigos é honesto. Nomear corruptos e ladrões para cargos públicos para que estes ajam como “capos mafiosos” e “book makers”, arrecadando dinheiro para financiar campanhas políticas e mordomias, dele e família, é honesto; cabalar para os próprios filhos gordas somas de dinheiro em troca de projetos copiados da Internet é honesto. E sabe-se lá quantas falcatruas mais ele está carimbando como atividade honesta, ele, que toda vida vociferou contra os outros políticos que fizeram as mesmas coisas que acabou fazendo quando chegou ao poder.
Não dá para esquecer que foi o próprio Lula que disse, certa vez, que o Congresso Nacional era uma corja de quinhentos picaretas com anel de doutor. Picaretas que ele aliciou tão logo subiu ao poder. Não só aliciou como também financiou, apoiou e comandou no maior de todos os assaltos aos cofres públicos que a história do Brasil já registrou.
Em Gênesis, 3: 1: 2, se diz que o pecado entrou no mundo quando o casal humano comeu do fruto da árvore do conhecimento. Eu acho que foi no dia que o homem aprendeu a falar. Pois foi nesse mesmo instante que ele aprendeu a mentir, a falsear, a enganar. E depois, quando aprendeu a escrever, ele aperfeiçoou o embuste. Por que o papel, o papiro, o pergaminho, a pedra, o tijolo de barro, seja onde for que o homem registra as suas mentiras, aceita tudo. E elas ficam gravadas para sempre.
Já fizeram um filme com o Lula posando de "Filho do Brasil". Não importa que muita gente esteja agora chamando ele de "filho de outra coisa". Quem sabe apareça agora alguém para fazer outro filme com ele. Poderá chamar-se "Lula, o Honesto".
Ele pode falar que é honesto até o último suspiro. Sempre haverá alguém que vai acreditar. Mas quem o conhece desde que ele era um mero dirigente sindical em São Bernardo do Campo sabe o que ele, de fato, é.