E(tapas), metas e estagnação
Publicação: Opinião Diário de Pernambuco 22/12/2015
Terminamos o ano de 2015 com a Nação estagnada! O governo mostrou-se incompetente no contexto político e de gestão. Com um total descontrole das contas públicas aliado a um cenário de escândalos tivemos um ano insólito. Nesse primeiro ano do seu segundo mandato, a presidente Dilma Rouseff derrapou na contramão das promessas que se tornaram mentiras, e colidiu com o sentimento de brasilidade do povo.
Com a prática de discursos incoerentes e embasados em sofismas, o governo descarrilou no trilho do progresso, resultando na falta de credibilidade a nível mundial. Nesse conturbado contexto político-econômico o Brasil perdeu o selo de bom pagador em 9 de setembro através da agência Standard & Poor’s e em 16 de dezembro pela Fitch, comprometendo os investimentos e consequentemente aumentando as dificuldades para o seu soerguimento econômico.
Mas em contrapartida os escândalos cresceram substancialmente em 2015, com uma avalanche de denúncias e inquéritos. Não tivemos praticamente nenhuma semana em que as manchetes dos meios de comunicação chegassem aos nossos lares sem noticias de desvios de verbas envolvendo políticos, instituições e ministérios.
Uma verdadeira crise de ordem moral abalou a governabilidade, além da incompetência do Palácio do Planalto na articulação política e negociações com o Congresso para a agilização das pautas a serem discutidas. As dissensões levaram os deputados às vias de fato, culminando com tapas e xingamentos variados, mostrando que o respeito aos preceitos do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar está longe de ser observado.
As metas anunciadas pela presidente Dilma Rousseff, inclusive com promessa de dobrá-las, só serviu de galhofa... O ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy não conseguiu manter na proposta orçamentária a meta 0,7 do PIB para 2016, ficando reduzida para 0,5. Com tantas incertezas quanto ao rumo a seguir, o governo continua pedalando no campo das hipóteses, perdido no tempo e no espaço.
O Congresso trabalhou praticamente na condução das CPI’s entravando a votação das pautas de interesse nacional. Tivemos um ano atípico numa total estagnação, e pelo que se noticia, para 2016 não será nada melhor...
Sem lastro financeiro e com um cenário político no ponto do azedume, onde cassação e impeachment são matérias cruciais para que o país saia da inércia antevemos mais um ano sem crescimento.
Esperamos que essas nuvens negras não demorem, para que possamos sair desse processo degradante que gera expectativa negativa e deixa toda a sociedade aflita e em estado de alerta.