Hannah Arendt:
antídoto contra a irreflexão
Hoje completam-se 40 anos do falecimento da filósofa e cientista política judia-alemã Hannah Arendt. Seu pensamento continua abrindo portas pra refletirmos o mundo.
Em seu livro “Origens do Totalitarismo”, de 1951, fez uma análise arguta do fenômeno totalitário na Alemanha e na Rússia. Hoje, tais pontos de vista são banais; à época, era uma reflexão em construção.
Perseguida pelo regime nazista, refugiou-se na França e depois nos EUA. Nesse país escreve sua obra mais polêmica, “Eichmann em Jerusalém” (1963), sobre o julgamento do foragido nazista em Israel, que acompanhou para a revista The New Yorker. No livro, desenvolve a noção de “banalidade do mal” que, em suma, coloca os nazistas não como monstros, mas sim como pessoas comuns que agiam com irreflexão, praticando o mal como algo natural. Entretanto, não foi essa tese a principal discussão suscitada. Arendt abordou a participação de algumas lideranças judias durante o holocausto, que acabaram por auxiliar a ação anti-semita alemã.
Em tempos de “cultura do ódio” disseminada em grande parte nas redes sociais da internet, o pensamento de Arendt ainda possui vitalidade para nos revelar até onde tal banalização e irreflexão pode conduzir: ao totalitarismo e à negação da condição humana para determinados grupos sociais. Para entender melhor esses aspectos do pensamento da autora, recomendo assistir o filme Hannah Arendt, facilmente encontrado nas locadoras.
Texto publicado na seção de Opinião do jornal Portal de Notícias, versões online e impressa: http://www.portaldenoticias.com.br
antídoto contra a irreflexão
Hoje completam-se 40 anos do falecimento da filósofa e cientista política judia-alemã Hannah Arendt. Seu pensamento continua abrindo portas pra refletirmos o mundo.
Em seu livro “Origens do Totalitarismo”, de 1951, fez uma análise arguta do fenômeno totalitário na Alemanha e na Rússia. Hoje, tais pontos de vista são banais; à época, era uma reflexão em construção.
Perseguida pelo regime nazista, refugiou-se na França e depois nos EUA. Nesse país escreve sua obra mais polêmica, “Eichmann em Jerusalém” (1963), sobre o julgamento do foragido nazista em Israel, que acompanhou para a revista The New Yorker. No livro, desenvolve a noção de “banalidade do mal” que, em suma, coloca os nazistas não como monstros, mas sim como pessoas comuns que agiam com irreflexão, praticando o mal como algo natural. Entretanto, não foi essa tese a principal discussão suscitada. Arendt abordou a participação de algumas lideranças judias durante o holocausto, que acabaram por auxiliar a ação anti-semita alemã.
Em tempos de “cultura do ódio” disseminada em grande parte nas redes sociais da internet, o pensamento de Arendt ainda possui vitalidade para nos revelar até onde tal banalização e irreflexão pode conduzir: ao totalitarismo e à negação da condição humana para determinados grupos sociais. Para entender melhor esses aspectos do pensamento da autora, recomendo assistir o filme Hannah Arendt, facilmente encontrado nas locadoras.
Texto publicado na seção de Opinião do jornal Portal de Notícias, versões online e impressa: http://www.portaldenoticias.com.br