A culpa é sempre do outro

Essa engrenagem do processo Lava Jato me faz lembrar o tempo em que eu atuava em direção de escola. Sempre que um aluno cometia uma indisciplina era trazido para a diretoria para ser questionado. Ora por causa de uma carteira quebrada, ora por um palavrão escrito no quadro negro. Outras vezes por um material escolar desaparecido de um colega, e até mesmo um beijo roubado numa menina que não estava a fim do ousado. Mas, difícil era descobrir o culpado, pois sempre eles apontavam um outro como responsável ou mandante. E minha sala se enchia de inocentes, que recebiam apenas um bilhete,como punição, para que a mãe comparecesse ao estabelecimento. Quem sabe essa garotada de cabelos brancos da Lava Jato não era da turma do "não fui eu", no seu tempo de moleque e não entregaram o bilhete para a mãe?