Um comentário e uma análise
Um comentário e uma análise
(Parte 1)
Escrito por Álvaro Vinícius de Souza Silva
Data: 20/09/2015
No meu perfil da rede social Facebook, publiquei o seguinte comentário:
É preciso identificar e analisar, em toda situação ou problema,
quais as perspectivas mais estimadas pelo 'establishment de mídia', especialmente quando se customizam interpretações com algum enxertamento sentimental. Não há somente dois lados de uma 'única moeda', porque são 'várias moedas' em jogo e de diferentes tipos. A Europa está sob as rédeas de grupos que cobiçam uma nova estrutura de poder mundial. E para isso, nada melhor que plantar as sementes da convulsão social no velho continente. [Data: 18/09/2015]
Nesse comentário, destaquei a necessidade de observar dois raciocínios: i) a identificação e a análise das estimadas perspectivas do “establishment de mídia"; ii) as várias possibilidades geopolíticas em jogo, já que se trata de "várias moedas" de "diferentes tipos". O segundo raciocínio nos leva para uma dúvida bastante fundamental, ainda que trivial, quando ele se junta ao primeiro numa articulação de ideias positivas, por meio da qual se consolidaria uma interpretação provisoriamente consistente. Essa dúvida, quando objetivada, poderia ser traduzida da seguinte maneira: se há um “establishment de mídia”, como poderíamos pensar em “várias moedas e de diferentes tipos” (grupos políticos) em ação? Observa-se, nessas expressões, o sentido pouco superficial e frugal da palavra “moeda”, pois coloco sob uma única camada verbal a ideia de probabilidade (chance) e a ideia de poder político, referenciando-os essencialmente numa hipótese de experimentação social, numa conjugação laboratorial de diferentes cenários.
Um leitor perspicaz e atento à raiz lógica da crise europeia entenderá perfeitamente que surge, no velho continente, o aprofundamento de tendências ideológicas em várias direções, ao mesmo tempo em que o decadente paradigma marxista-frankfurtiano tenta ditar os rumos da interpretação social no que ocorre no Ocidente. Apesar de seu irreversível declive, esse paradeigma ainda possui bastante influência na cultura juvenil, seja por meio de ONGs, de movimentos sociais ou de acadêmicos socialistas, uma vez que, atualmente, tal sistema de pensamento adquiriu uma formidável sincronia ideológica nos principais polos de representação da ordem ocidental. De modo sinóptico, basta notar o perfil ideológico do Sr.Barack Obama, a retórica do Papa Francisco (o jesuíta Jorge Mario Bergoglio) e a orientação crítica dos Think-Tanks com notáveis economistas (ex: Paul Krugman) e megainvestidores (ex: George Soros), que tentam perfilar o desenho intelectual de uma nova arquitetura na ordem econômica. É exatamente nesse ponto, portanto, que se localiza parcialmente a resposta para a aparente contradição entre a existência de um establishment capaz de forçar a uniformização da opinião pública e o aparecimento das diversas possibilidades políticas que sacodem a cada dia o seio europeu. E tudo isso se movimenta na medida em que o velho continente começa a sinalizar profundas turbulências em sua própria tradição civilizacional e a dar abertura a algum nebuloso caminho para a "futura salvação" de sua ordem.
Na Europa, presencia-se um súbito espectro político que abrange visões radicais. Há tanto partidos “esquerdistas” – ex: Podemos na Espanha— quanto agremiações de “extrema direita” que adotam um discurso antiislâmico —ex: Golden Dawn na Grécia, Front National de Marine Lee Pen na França, além de outros. Mas, para fechar esse quebra-cabeça, é necessário captar uma realidade de repercussão geopolítica no sentido leste (a crise ucraniana) -- tensão entre a UE-OTAN e a Rússia -- e o desenrolar do Estado Islâmico, sem falar do grupo Bilderberg.
Foi publicado nos blogs "Polymath Sirius_ASociety" e "Articles by Álvaro Vinícius de Souza Silva".
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