PARLAMENTARISMO PETISTA

Aparentemente o fato político da semana que passou, foi à reforma ministerial da presidente Dilma. Esse fato revela nuances ainda mais nebulosas. Um ser que para muitos parecia extinto, ressuscitou em grande estilo.

A reforma ministerial, ou seja, a troca de um Zé por outro Zé, não foi vontade da presidente. Dilma foi mandada fazer com todas as letras. Ela sabe melhor do que ninguém o que poderá lhe acontecer não obedecendo ao “criador”.

O Partido dos Trabalhadores endossado por caciques e grande parte do PMDB, instalou no Brasil uma espécie de parlamentarismo petista. A presidente Dilma que falou tanto em golpe da oposição acabou sendo deposta por alas do seu próprio partido.

E quem comandou o golpe? Logicamente o ex-presidente Lula. Que se transformou numa espécie de primeiro ministro. Como presidente, Dilma já é comparada a uma peça decorativa. Lula pode ter todos os defeitos já conhecidos, mas a sua habilidade política é inegável. Voltou comendo pelas beiradas. Sem ninguém perceber.

Sentindo que o impeachment poderia chegar antes da hora, Lula decidiu agir. E talvez, ele seja a única pessoa que possa impedir o processo. Lula agiu rápido na sedução ao PMDB. O ex-presidente conhece a avidez dos companheiros peemedebistas por cargos.

Lula sabe de outra coisa ainda mais importante. O grande teste para o Partido dos Trabalhadores depois da corrupção na Petrobras será as eleições para prefeito. O julgamento dos corruptos começará nas urnas em 2016, e terminará em 2018. Aposto que o povo vai lhes dar absolvição. Filme antigo. É o mesmo há treze anos.

Tudo o que Lula deseja e precisa neste momento, é manter o PMDB do seu lado como aliado. O pior dos cenários para o ex-presidente seria os aliados assumirem o poder, num possível impeachment da presidente Dilma. Antecipando a implosão do PT.

Lula não seduz apenas aliados políticos. Os mercados financeiros também são seduzidos. Uma simples troca de ministros comandada por ele fez o índice Bovespa disparar e a cotação do dólar cair. Lula é muito mais do que um lobista. Ele é um autêntico sedutor político. Apesar de patético como muitos economistas.

Agora nosso primeiro ministro começa uma nova empreitada. Retirar de vez, um fritado Joaquim Levy da economia. A reforma fiscal do jeito que está, morreu antes de nascer.

Temo que a única herança deixada pela reforma fiscal seja um aumento de impostos. Aquele que alguns blasfemam: “O povo nem sentirá no bolso”. Hoje, o grande aliado diz ser contra. E quem resiste à sedução por mais cargos? Ou percentagem da corrupção? Contas bancárias na Suíça!