A ignorância e o poder pernicioso

O triste de uma pessoa é não ter sua própria identidade, não ser autêntica, não ter capacidade própria de gestão nas mínimas coisas e, por conseguinte, ser dirigida, monitorada, manuseada, convencida a realizar aquilo que os outros acham melhor e jamais externar o que verdadeiramente é e deseja. Aliás, isso se torna até impossível, já que sequer sabe o que representa e o que poderia fazer de melhor para essa grande nação, dada a sua pobreza de conhecimento ou ao menos discernimento do que é bom ou ruim para a população.

Afinal, quem ela representa hoje?

Quando isso ocorre com a principal dirigente de uma nação, há que se pensar efetivamente que a instalação do poder pernicioso e a locupletamento do estado de correligionários famintos, a distribuírem benesses como se o erário seu fosse, chegou a engendrar a colocação de um “representante” que apenas “assinaria” em baixo das decisões que continuassem a permitir o uso privado do Estado em benefício de poucos ou alguns, entre os quais, os aproveitadores dos momentos políticos frágeis, para barganhas que nada produz para o bem social. Um presidente de direito, mas não de fato, como o povo esperava.

A ignorância é a mãe do atraso, é a fábrica das mediocridades, é a produtora dos deserdados e da fome. Ela é perniciosa e permissiva, já que, em nome de espúrios interesses, fecha os olhos e ouvidos para que sob sua sombra realizem coisas nefastas e nojentas, mesmo que isso provoque prejuízos e levem mais contas para que outros a paguem. Ela permite o clientelismo e o fisiologismo em nome de projetos maléficos de poder. Ela transforma a República em “ré pública” e a República Federativa em República Sindicalista e sua pernóstica cultura, legado de outra ditadura ultrapassada de Vargas.

A constituição cidadã de 1988, em país cuja base do direito é o romano, torna-se inocente nas mãos dos maus. Foi pensada em representações que verdadeiramente pensassem no povo e no país. Ledo engano! Em seu nome hoje se elegem e buscam perpetuarem-se “a qualquer custo” (na palavra do próprio ex-presidente), sob o olhar complacente da maioria da população, que não reage às escancaradas safadezas que campeiam todos os rincões do país!

Em nome de termos fortes instituições, buscam aos poucos punir os que apenas exageraram, sem mostrar os inúmeros de "pequenos casos", como se não fossem no seu conjunto, maléficos para o povo. E, a justiça, mais que mancomunada ou manietada, oculta-se de forma geral diante das tantas denúncias, deixando a exposição para poucos juízes cidadãos corajosos. Estes, “cheios de dedos” ainda perguntam aos STF se podem investigar ou inquirir cidadãos comuns, apenas porque é um ex-mandatário do maior poder do país.

Falta coragem para reagir de forma firme!

O preço que os bons pagam por suportarem esse “status quo”, é transferir mais cruezas para o futuro. Se os de boa índole não se manifestarem, continuarão os desavergonhados e sedentos de poder a dirigirem a nação por eles, e da forma que vemos todos os dias nos noticiários, não mais políticos, mas “policiais”.

Haverá momento, assim espero se continuar esse “samba”, em que essa complacência haverá de se extenuar e surgirão reações de drásticas consequências. Nesse momento, sem compaixão, deverão rolar as cabeças daqueles que hoje debocham do povo. E, a história nos demonstra claramente esses momentos de grandes mudanças, necessárias para que possam surgir novos horizontes, onde deva prevalecer a honra, o bom caráter e enfim, prevalecer os melhores valores que devem moldar uma sociedade de bem. Preço alto a ser pago para que efetivamente a democracia possa um dia se dizer estabelecida nessa terra maravilhosa!

(MAP – 03.10.2015 – 1 ano após)

MARCO ANTONIO PEREIRA
Enviado por MARCO ANTONIO PEREIRA em 03/10/2015
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