Marketing Político
Originário de classe humilde, mas com o poder da comunicação, graças à sua função de radialista, o prefeito anterior também sabia fazer o próprio marketing político, criando algumas frases de efeito, com versos rimados, a exemplo do refrão: “Maceió está a mil / Tem o melhor prefeito do Brasil”.
Para não parecer exagero, comprando-o com mais de cinco mil e quinhentos prefeitos, frisava tratar-se de prefeitos de capitais, cujo comparativo reduzia a apenas vinte e sete.
Como já visitei vinte e três capitais brasileiras, sempre que ali chegava procurava ler jornais locais como forma de me inteirar sobre assuntos diversos, inclusive de política. Numa delas, li num dos jornais, que o prefeito de lá também foi considerado o melhor do Brasil.
_ Opa! E o melhor do Brasil não é o de Maceió?
Numa corrida de táxi, aproveitei a oportunidade para parabenizar o taxista pela boa administração de sua cidade, em razão do excelente prefeito, segundo a matéria do jornal. Ironicamente, olhou para mim com um tom reprovativo e interrogou: “Quanto ele pagou ao jornal por essa matéria”?
Eis aí o poder da mídia, quando se tem influência sobre ela. Não é à toa que a imprensa tanto pode eleger quanto derrubar um candidato. Depende de como pode manipular as informações. Por isso, além do que se lê, deve-se verificar a veracidade dos fatos. Acho que conheço um pouco das duas alternativas apregoadas por Ruy Barbosa: “O homem, ou bem lido ou bem corrido”.
Não só pelo que leio, mas pelo que conheço in-loco a maioria das capitais do Brasil.