Para o texto: O HOMEM APODRECEU. (T5391929) – 23/09/2015
De: Miguel Jacó
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Por que o homem apodrecer? Ressuscitemo-lo.
Oi, Jacó! Há séculos, o eleitor brasileiro, sensato, espera por este momento: ver a bomba estourar. Esta é uma hora para aplausos, nunca para indignação, mesmo que poética, como a manifestaste.
Sou um dos aplaudentes. Pertenço a uma geração que se horrorizava com as falcatruas, mas nada provava. Todo político se tornava rico. Via-se. Quase todo prefeito do interior virava fazendeiro, grande proprietário... e o escambau. Engolia-se. Não existiam os recursos tecnológicos de hoje. Não existia uma Polícia Federal devida e eficientemente aparelhada. Não existiam microcâmeras, telefones grampeados, celulares gravadores e filmadores, sistema on-line... Minha geração fechava balanço nas páginas (rasuráveis) de grossos livros contábeis.
A atual geração, que vê um computador fechando o balanço de uma empresa, é privilegiada. Só lança os dados e aguarda resultados. É como fazer pipocas: põe o milho no micro-ondas e em dois minutos ela está pronta e quentinha para o consumo. Uma geração que, por ser jovem, vive o tempo real e o tempo da transparência. Qualquer brasileiro, hoje, pode e tem como denunciar uma irregularidade, porque vive o tempo da verdade e da velocidade. Bravo!
No passado, amigo, as grandes transações aconteciam às escondidas, por baixo do pano, ninguém via, ninguém sabia, enquanto nós, eleitores, vivíamos míopes, cada vez mais pobres e – pasme – ingenuamente felizes. Tão bom aquele tempo, mas era o tempo da mentira. Ganhava eleições quem mais gastasse e quem mais enganasse. Quão belos, ricos, iluminados, festejados e concorridos eram os comícios em nossas pobres e pequeninas cidades!... Quanta bandeira, quanto papel, quantos supérfluos santinhos!... Quanta grana nas mãos dos respeitados cabos eleitorais!... E as empreiteiras e outras grandes empresas sempre por trás, garantindo os carnavais e os melhores resultados eleitorais... Pra onde elas pendessem estava certa a vitória.
Acho que esqueceria essas páginas tristes de nossa história se, de fato, fosse mudado o nosso arcaico sistema político-partidário. Pena que as velhas raposas políticas não o pretendem modificado. Pior: são essas corruptas predadoras de aves – e seus prestigiados herdeiros políticos – que os corruptores preferem domar em seus poleiros. Os interesses são e sempre foram mútuos: uma mão levando a outra mão a depenar a Nação. Onde há capital politicamente negocial, alguém está comprando a outro alguém que está (se) vendendo.
Cabe-nos lutar, pugnar por essa mudança. Comecemos recebendo com otimismo a verdade dos fatos, as velhas matreirices descobertas e que nos estão sendo mostradas. Continuemos prestigiando as investigações e as instituições incumbidas desses feitos. Aplaudamos os recursos tecnológicos cada vez mais preciosos, precisos e preventivos que tão seguramente auxiliam nas investigações, sem os quais nada, absolutamente nada, teria chegado à tona.
Não é hora de o homem apodrecer. Precisamos, sim, acreditar na possibilidade de sua ressurreição. Grande abraço.
De: Miguel Jacó
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Por que o homem apodrecer? Ressuscitemo-lo.
Oi, Jacó! Há séculos, o eleitor brasileiro, sensato, espera por este momento: ver a bomba estourar. Esta é uma hora para aplausos, nunca para indignação, mesmo que poética, como a manifestaste.
Sou um dos aplaudentes. Pertenço a uma geração que se horrorizava com as falcatruas, mas nada provava. Todo político se tornava rico. Via-se. Quase todo prefeito do interior virava fazendeiro, grande proprietário... e o escambau. Engolia-se. Não existiam os recursos tecnológicos de hoje. Não existia uma Polícia Federal devida e eficientemente aparelhada. Não existiam microcâmeras, telefones grampeados, celulares gravadores e filmadores, sistema on-line... Minha geração fechava balanço nas páginas (rasuráveis) de grossos livros contábeis.
A atual geração, que vê um computador fechando o balanço de uma empresa, é privilegiada. Só lança os dados e aguarda resultados. É como fazer pipocas: põe o milho no micro-ondas e em dois minutos ela está pronta e quentinha para o consumo. Uma geração que, por ser jovem, vive o tempo real e o tempo da transparência. Qualquer brasileiro, hoje, pode e tem como denunciar uma irregularidade, porque vive o tempo da verdade e da velocidade. Bravo!
No passado, amigo, as grandes transações aconteciam às escondidas, por baixo do pano, ninguém via, ninguém sabia, enquanto nós, eleitores, vivíamos míopes, cada vez mais pobres e – pasme – ingenuamente felizes. Tão bom aquele tempo, mas era o tempo da mentira. Ganhava eleições quem mais gastasse e quem mais enganasse. Quão belos, ricos, iluminados, festejados e concorridos eram os comícios em nossas pobres e pequeninas cidades!... Quanta bandeira, quanto papel, quantos supérfluos santinhos!... Quanta grana nas mãos dos respeitados cabos eleitorais!... E as empreiteiras e outras grandes empresas sempre por trás, garantindo os carnavais e os melhores resultados eleitorais... Pra onde elas pendessem estava certa a vitória.
Acho que esqueceria essas páginas tristes de nossa história se, de fato, fosse mudado o nosso arcaico sistema político-partidário. Pena que as velhas raposas políticas não o pretendem modificado. Pior: são essas corruptas predadoras de aves – e seus prestigiados herdeiros políticos – que os corruptores preferem domar em seus poleiros. Os interesses são e sempre foram mútuos: uma mão levando a outra mão a depenar a Nação. Onde há capital politicamente negocial, alguém está comprando a outro alguém que está (se) vendendo.
Cabe-nos lutar, pugnar por essa mudança. Comecemos recebendo com otimismo a verdade dos fatos, as velhas matreirices descobertas e que nos estão sendo mostradas. Continuemos prestigiando as investigações e as instituições incumbidas desses feitos. Aplaudamos os recursos tecnológicos cada vez mais preciosos, precisos e preventivos que tão seguramente auxiliam nas investigações, sem os quais nada, absolutamente nada, teria chegado à tona.
Não é hora de o homem apodrecer. Precisamos, sim, acreditar na possibilidade de sua ressurreição. Grande abraço.