A NOVA ROTA DA SEDA
Introdução:
Este artigo apresenta-se com uma breve exibição da Rota da Seda, a mais importante e influente rota de comércio do Mundo Antigo. Expondo um pouco de sua importância histórica e econômica daquele e destes tempos, e explorando ao fim a opinião desde autor.
1.1 A Rota do Mundo Antigo
A Rota Da Seda foi a maior rota comercial do mundo antigo, sua existência foi fundamental para o Mundo Antigo desde o processo de espalhamento das comunidades humanas africanas para regiões da Ásia e Oceania ainda na Pré-História, tanto para o desenvolvimento das grandes civilizações como a Mesopotâmia, o Egito Antigo, a Índia e Roma, quanto para fundamentar o início do desenvolvimento do Mundo Moderno. No início a rota ligava da Antioquia na Ásia Menor a Cidade de Chang’an (Atual Xi’an) na China, porém sua influência foi aumentando ao decorrer dos tempos até alcançar a Coreia e o Japão. Os antigos povos do Saara tinham animais domésticos – provenientes da região da Ásia – que foram fundamentais para a troca entre os continentes até que se descobrissem o caminho marítimo para a Índia.
A Rota da seda é a primeira denominação do caminho, é uma tradução o alemão ‘Seidenstrabe’, feita pelo geógrafo alemão Ferdinand von Richthofen no século XIX.
A Rota Continental divide-se entre norte e sul, devido aos centros comerciais no Norte e Sul da China, atravessando o leste europeu, a península da Crimeia, o mar de Mármara, o Mar Negro e chegando aos Bálcãs, e por fim a Veneza. Já a rota sul percorre a Mesopotâmia, o Turcomenistão e a Anatólia, onde se divide em rotas para a Antioquia ou ao Norte da África e Egito. Sua última estrada de ferro contemporânea foi conectada quando a via Almaty-Urumqi foi aberta em 1992. Já a rota da seda marítima estende-se da China meridional (atualmente Brunei, Sião, Filipinas e Malaca) até o Ceilão, Pérsia, Egito, Índia, Itália, Portugal e a Suécia.
Em 7 de agosto de 2005, o Departamento do Patrimônio Histórico de Hong Kong confirmou que pretende propor a Rota Marítima como Patrimônio da Humanidade.
1.2 Sua História e Influência.
Desde 200 a.C. muitas caravanas já seguiram essa rota antiga. No passado, os chineses a partir da fibra branca dos casulos dos bichos-da-seda, aprenderam a fabricar a seda. Só eles sabiam como fabricá-la, mantendo esse segredo bem guardado, quando fizeram contato com as cidades do Ocidente e encontraram pessoas dispostas a pagar caro pela seda.
Os dois lados da rota sempre aprenderam muito sobre culturas diferentes das suas, assim expandiram suas ideias sobre o mundo.
Marco Polo foi um explorador, mercador e embaixador, foi um dos primeiros ocidentais a percorre-la, o viajante veneziano percorreu a Rota da Seda no século XIII.
No período medieval em que o renascimento cultural fomentou a cisão com a visão de mundo limitada dos tempos feudais, suas famosas viagens davam conta de costumes, paisagens e cidades que ampliavam as perspectivas da época. A transição de comerciantes e viajantes contribuiria para a chegada do Budismo e do Islamismo até a China tempos depois. E foi também o fechamento dessa via de comércio ao longo do tempo um dos incentivos as Grandes navegações, rotas que o homem europeu começou a construir pelos mares e continentes.
A unificação empreendida pelo império persa por volta do séc. VI A.C. foi o primeiro passo para as atividades comercias fossem organizadas pelos povos englobados nessas civilizações. Os comerciantes do Oeste levavam ouro, peles, marfim africano, vinhos e animais de montarias em quanto os chineses ofereciam perfumes, eravas aromáticas, e os famosos tecidos de seda. Mas as caravanas na verdade não percorriam toda a extensão da rota, na verdade certas cidades agregavam comerciantes que se concentravam em um trecho do percurso. Assim o comércio se transformou em uma atividade que organizava o cenário político, econômico e social em diferentes pontos desse território. A invasão dos hunos entre os séculos III e IV marcou o período menos seguro para as comitivas dos comerciantes.
Já a parte oeste da rota, no século VIII, começou a ser dominada pelos árabes em suas conquistas das terras Pérsias. Séculos mais tarde, no século XII foram os soldados e cavaleiros de Gengis Khan que tomaram os territórios Tibetanos, a Ásia central ao Norte da china. Mesmo que não pareça o domínio militar mongol é que foi de grande ajuda para os usuários da Rota da Seda, bastava o simples pagamento de algumas taxas e os mercadores usufruíam do direito de tráfego e comércio.
2.0 A Nova rota da seda
Desde março de 2013 quando Xi Jinping se tornou presidente que ficou claro o seu desejo de um ambicioso plano de integração regional. Visando agora alcançar maior poder global e aumentar e estabelecer estrategicamente sua zona de influência comercial a China está disposta a investir U$ 40 bilhões para a construção da nova Rota da Seda, além de receber ajuda do Banco Asiático de Infraestrutura e Investimento, que conta com a participação de 21 países, com um capital de U$ 50 bilhões.
Este é atualmente o mais ambicioso projeto geopolítico do governo chinês. A nova rota tem a pretensão de reviver a antiga rota comercial entre Europa e Oriente (ou pelo menos assim tem sido interpretado), ligando quase 8.000 quilômetros entre Xi’an (antiga Chang’na) e Veneza. Agora no lugar de caravanas de camelos com suas mercadorias nasce uma ampla rede de estradas, ferrovias, oleodutos e cabos de fibra ópticas (além de portos e até hidrelétricas) que ocuparam todo o percurso.
O Paquistão será o primeiro agraciado, com um pacote de U$ 28 bilhões para obras como uma hidrelétrica e uma rede de distribuição elétrica, construídas e administradas pela China por trinta anos após a entrega prevista para ano de 2020, além de investimentos em fibra óptica, transporte público para a cidade de Lahore e um porto em Gwandar, perto da divisa com o Irã
3.0 Opinião Crítica
Na opinião deste autor esta nova proposta chinesa muda o perfil de sua diplomacia para uma estratégia mais aberta para o mundo, e para os que estão ao seu redor. Este novo posicionamento leva investimentos para a região asiática e faz crescer o desenvolvimento e progresso, ao menos é o que se espera além de conquistar seu objetivo de aumentar sua influência regional. Mas faz mais do que isso, o lado pouco pesquisado desta nova rota é o da sua capacidade de ampliar a transição de um mercado ainda pouco explorado, o mercado das ideias. Certamente a China abre-se novamente para uma maior integração cultural com o mundo. Assim como na antiga Rota da Seda que permitiu a chegada do Budismo e do Islã na China, agora as percepções do mundo ocidental poderão ter ainda maior influência para a população chinesa.
Só com o tempo saberemos o quanto isso pode ser positivo ou prejudicial a sua cultura e a seu mercado.
Economia Política Internacional
Curso de Relações Internacionais
IBMR – Laureate International Universities